Uber e Cabify: uma opção segura para o público mais envelhecido?

Empresas como a Uber e a Cabify procuram cativar os utilizadores com mais de 50 anos, no entanto existem ainda alguns obstáculos complicados de ultrapassar.

As operadoras de transporte individual e partilhado de passageiros vieram mudar para sempre a forma como nos deslocamos nas cidades. Serviços como a Uber (pioneira em Portugal) ganharam rapidamente milhares de utilizadores. A sua conveniência e conforto são alguns dos principais elogios apontados a este tipo de plataformas, no entanto nem todos as pessoas entraram “a bordo” desta nova realidade.

Associamos este tipo de plataformas e aplicações a um target mais jovem (aos chamados Millenials), deixando assim de fora a população mais envelhecida. Os nossos idosos e avós continuam a ser um dos principais utilizadores de táxis tradicionais. Será que esta situação alguma vez irá mudar?

De facto de acordo com um estudo de 2018 do Pew Research Center, cerca de 51% dos americanos com idades entre os 18-29 já usaram aplicações de transporte individual. Por outro lado, apenas 24% dos americanos com mais de 50 afirmam o mesmo. Este número (24%) é, no entanto, superior aos 7% que diziam ter usado estas apps em 2015.

A verdade é que continuam a existir inúmeras barreiras para que o público mais envelhecido possa adoptar mais este gênero de serviços, tal como afirma o portal Considerable. A tecnologia pode ser intimidante, as tarifas podem ser altas e o facto de os passageiros poderem necessitar de um apoio à sua mobilidade na entrada e saída do veículo, são apenas algumas das principais razões que afastam os utilizadores mais velhos.

No entanto o conceito de ter um serviço de transporte individual conveniente e personalizado parece ter tudo para ser uma solução ideal para os mais idosos se conseguirem deslocar pela cidade, visitar amigos e inclusive irem até centros de saúde mais distantes. Estudos confirmam que um melhor acesso ao transportes e mobilidade urbana podem ser um fator determinante para a qualidade e longevidade de vida deste vulnerável grupo demográfico.

Afinal o que falta para que este mercado atinja uma maior maturidade? O que será necessário para que estas plataformas se tornem mais inclusivas e atentas às necessidades dos mais velhos?

Felizmente parecem existir alguns bons sinais neste sentido. Nos EUA a Lyft (2a plataforma de transporte mais popular) criou uma opção de serviço para acomodar passageiros em cadeiras de rodas. Já a Uber criou um serviço chamado UberAssist, pensado para dar um maior apoio a passageiro mais envelhecidos e com deficiências motoras.

Estes esforços de inclusão tentam não apenas reforçar as condições dos veículos como também – e porventura mais importante – treinar os condutores para que estes estejam preparados para lidar com as necessidades especiais de alguns passageiros.

Assim, apesar de para muitos utilizadores a tecnologia e a necessidade de ter uma app continuarem a ser obstáculos difíceis de ultrapassar, tudo indica que no futuro cada vez mais existirá uma maior atenção dada às necessidades do público mais envelhecido, garantindo que cada vez mais estes possam também aderir e utilizar confortavelmente este tipo de plataformas disruptivas de transporte.

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