10 livros que todos fingimos que já lemos (mas que devíamos mesmo ler)

Ao invés de mentirmos e tentarmos parecer mais intelectuais, porque não realmente dar uma oportunidade a algumas destas brilhantes obras literárias?

Hoje em dia não parece fácil encontrar tempo para ler um livro. É verdade que muitos de nós se encontram a viver vidas atribuladas, repletas de deveres e trabalhos, que determinam que temos pouco tempo para relaxar. Ler um romance de 400 páginas é um luxo inatingível para algumas pessoas. Por vezes parece ser algo que está apenas ao alcance de todos aqueles que vivem estilos de vida alternativos, longe das sociedades modernas.

Não será assim estranho pensar que para muitas destas pessoas seja algo embaraçoso admitir que não leram algumas das obras mais clássicas da literatura. Aqueles títulos obrigatórios que fazem praticamente parte da história da Humanidade. Não queremos admitir que nunca lemos Tolstoi ou Lobo Antunes. Não aceitamos divulgar publicamente a nossa própria ignorância. É compreensível, claro.

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No entanto não existirá melhor forma de solucionar esta “falha” do que realmente encontrarmos algum tempo nas nossas vidas para nos dedicarmos a leitura de algumas destas obras. Estes livros têm a capacidade de nos transformar, de nos educar e inspirar. São capazes de mexer com o nosso sistema e de nos obrigar a refletir sobre a nossa própria vida e sobre as escolhas que fazemos

No final da leitura de um destes livros acabamos sempre mais “ricos”. Aproveite estes próximos dias de quarentena para enriquecer a sua vida. Eis 10 obras que deve (finalmente) ler e que constam na lista de sugestões da Fnac Portugal.

1. Crime e Castigo, de Fiòdor Dostoievski
Um ensaio sobre a humildade, ou sobre a forma como a vida a impõe. Raskólnikov é um estudante, é pobre, mas, acima de tudo, é um ser humano desesperado que vagueia pelas ruas de São Petersburgo, até cometer um assassinato. No início, a ação é vista pelo jovem como um ato de força moral maior, necessário até. Os problemas vêm depois, e quando Dostoiévski escreve sobre problemas que nos atormentam, a única coisa a fazer é lê-lo. Pode parecer uma história já batida, mas não há nada como literatura russa.

2. 1984, de George Orwell
Um dos livros mais destrutivos de sempre, e, aos olhos de muita gente, um dos mais importantes do século XX. Orwell busca bem fundo por aquilo que constitui a humanidade. Assim que o encontra, primeiro encurrala-o, e só depois o destrói. 1984 é uma obra-prima, e serão muitos os segmentos que ficarão para sempre com os seus leitores.

3. Moby Dick, de Herman Melville
A viagem do Capitão Ahab é a viagem de todas as viagens. Uma da qual nem todos regressam, e desses, ainda menos são aqueles que dela recuperam. A baleia-leviatã é um símbolo que transcende a nossa História, e Moby-Dick de Melville também a transcenderá.

4. Guerra e Paz, de Lev Tolstói
Tolstói, o incontornável. E, seguramente, um autor que muitos tentam contornar. Mas o título de incontornável existe por uma razão muito simples: quem não leu uma palavra deste escritor, e presume ter lido, não passa despercebido. Guerra e Paz é umas das obras mais conhecidas da literatura russa e Mundial.

5. O Estrangeiro, de Albert Camus
O Senhor Meursault recebe um telegrama: a mãe morreu. Um livro gelado, antagónico contra todos os convencionalismos, quente e, acima de tudo, estrangeiro entre todos os outros livros. Albert Camus pinta uma tela absurda sobre aquilo em que consiste a humanidade e a existência. Este é um daqueles que se deve ler mais do que uma vez.

6. O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa
O autor obrigatório no secundário; o autor que os estudantes têm de tolerar; o autor do fingimento, e o autor que muitos dos que tenham boa nota no exame nacional de português fingem adorar. Fernando Pessoa não precisa de contexto, mas merece ser lido (e relido)

7. Odisseia, de Homero
A Odisseia homérica é, a seguir à Bíblia, o livro que mais influência terá exercido, ao longo dos tempos, no imaginário ocidental. Esta tradução, de Frederico Lourenço, visa colmatar uma lacuna evidente: a inexistência, em português atual, de uma tradução vertida do grego, em verso e com a máxima fidelidade ao original, que devolva ao leitor o prazer do texto homérico. É mesmo caso para dizer, quem ainda não leu, leia, e quem já leu, leia este.

8. Orgulho e preconceito, de Jane Austen
Não, ninguém vai dizer mal da adaptação de Joe Wright ao cinema. Keira Knightley não convenceu toda a gente, com a sua encarnação de Elizabeth Bennet, mas, ainda assim, o filme cumpre. Contudo, este é um daqueles casos em que muitos consideram que ‘basta’ ver o filme para se ler Jane Austen – desenganem-se amigos.

9. Lolita, de Vladimir Nabokov
Seguramente, um dos livros mais polémicos da história da literatura. Humbert Humbert é o protagonista, um narrador não confiável, professor universitário de Literatura e também um obcecado por Dolores Haze, uma rapariga de 12 anos. Será preciso dizer mais? Só quem leu pode perceber o problema que é estar dentro da cabeça de um quase-pedófilo.

10. O velho e o Mar, de Ernest Hemingway
E porque esta lista não estaria completa sem Hemingway, cabe-nos a árdua tarefa de eleger um entre tantos. O Velho e o Mar conta a história de Santiago, o pescador que há meses não pesca um único peixe, até que um espadarte gigantesco morde o isco e o arrasta para mar alto. A arma de Hemingway é apenas uma: a simplicidade. Sem ela, as suas histórias não teriam a mesma força.

 

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