Nem sempre é fácil ser absolutamente honesto numa consulta médica. A experiência de conversar com um especialista médico pode ser algo stressante. Nem sempre nos sentimos 100% confortáveis para abordar todos os temas sem rodeios. Temos um medo irracional de ser julgados.
Mesmo que o tema não seja particularmente sensível e não envolva, por exemplo, nada relacionado com as “partes privadas” do nosso corpo, é frequente que algumas pessoas tenham simplesmente receio de ouvir algumas respostas e não queiram receber um diagnóstico definitivo, que possa ser algo humilhante.
Da mesma forma, nem sempre os profissionais de saúde têm tempo para, numa consulta de 20 minutos, perguntar tudo aquilo que possa ser relevante. Infelizmente, caso decida não abordar um certo assunto junto do seu médico, pode estar a agravar o problema e a reduzir as chances de um rápido e eficaz tratamento.
Com o intuito de ajudar neste processo, o portal Considerable reuniu recentemente um conjunto de questões mais sensíveis e procurou obter as respostas de alguns especialistas de saúde.
Conheça aqui as conclusões e não se esqueça de agendar uma consulta sempre que necessário. A vergonha ou o embaraço não devem colocar em risco o seu estado de saúde físico e mental
- “Porque estão as minhas hemorroidas a piorar?”
De acordo com a Harvard Women`s Health Watch, cerca de metade das pessoas com mais de 50 anos sofrem com sintomas de hemorroidas, incluindo sangramento, desconforto e comichão. As pessoas mais envelhecidas tendem a sofrer mais com este problema devido a certos fatores que agudizam os efeitos mais negativos. Certos tipos de medicação, uma falta de hidratação e pouco frequente exercício físico são apenas algumas das razões que podem intensificar o problema.
O que fazer? Alguns cremes podem ajudar a minimizar o inchaço e comichão. Os banhos de água quente podem ser também úteis neste processo. Procure ingerir mais fibra, beber mais água e fazer mais exercício. Caso o problema persista, então pode ser tempo de avaliar a possibilidade de uma remoção cirúrgica das hemorroidas.
- “Tenho mais gases do que o normal e não os consigo controlar”
O esfíncter anal é um músculo essencial que nos ajuda a controlar a passagem dos gases. Com o tempo este músculo pode perder a sua força e elasticidade. De resto, existem igualmente diversos outros fatores alimentares que podem estar a contribuir para o problema. Certas alterações na dieta ou intolerâncias alimentares podem estimular uma maior flatulência.
O que fazer? Existem alguns exercícios que podem ajudar a fortalecer o seu esfíncter. São semelhantes aos Kegels/Pélvicos e passam por apertar, segurar e libertar os músculos em redor do ânus. Adicionalmente se estiver a aumentar a sua dose de fibra alimentar procure fazê-lo de uma forma faseada, aos poucos. Isto irá permitir que o organismo se ajuste mais facilmente a estas alterações, evitando assim excessos de gases.
- “Já não tenho qualquer interesse sexual. Não é uma experiência prazerosa”
Quando somos mais jovens, as nossas hormonas tendem a fazer o “trabalho” por nós. Sem pensar muito, excitamo-nos com facilidade e sentimos um grande desejo sexual. Com o tempo e com o progressivo envelhecimento, o nosso cérebro torna-se forçosamente o nosso maior órgão sexual, esclarece a psicóloga Doree Lynn. É assim fundamental que saibamos preparar o nosso cérebro para este tipo de experiências íntimas. Reduza a ansiedade e os julgamentos, procure experimentar coisas novas que tornem novamente a experiência sexual em algo entusiasmante e positivo.
O que fazer? Experimente diferentes posições e procure utilizar almofadas para encontrar novos e confortáveis ângulos que funcionem para os dois. Se a sua vagina estiver mais seca – como habitualmente acontece após a menopausa – procure utilizar lubrificantes naturais que tornem a experiência mais sensual e agradável. Podem ainda avaliar, em conjunto com o seu médico, a possibilidade de realizar certos tipos de tratamentos hormonais com vista a melhorar a atividade sexual.