5 coisas que (ainda) não sabemos sobre a Covid-19, segundo Bill Gates

Estas são algumas das respostas que precisamos de obter para combater a pandemia.

“É como uma Guerra Mundial, exceto que agora estamos todos do mesmo lado”

É desta forma que Bill Gates caracterizou recentemente o esforço que a Humanidade está a levar a cabo para travar a pandemia de Covid-19. Num artigo publicado na passada semana no seu blog GatesNotes, o conhecido empreendedor norte-americano partilhou algumas das suas opiniões sobre a evolução do surto que tal como confirma já “causou já enormes danos na nossa saúde, riqueza e bem-estar”.

A inovação técnica e científica parece ser a resposta para controlar a pandemia, defende Gates. Mais testes, tratamentos, vacinas e um esforço político coletivo, serão capazes de abrandar seriamente os efeitos negativos do surto de Covid-19.

Neste sentido, a fundação de Bill e Melinda Gates tem desempenhado um papel importante no sentido de auxiliar os diversos governos e países de todo o Mundo a encontrar as melhores estratégias para enfrentar o vírus. Mais de 200 grupos de trabalho dedicados diariamente a este tema, estão a ser financiados ou apoiados de alguma forma pela fundação.

O que nos falta saber sobre a pandemia?

No entanto, apesar de todos os esforços, existem ainda inúmeras incertezas que não nos permitem compreender na totalidade esta doença. Diversos estudos e investigações estão a ser realizadas com o intuito de encontrar respostas para algumas das principais dúvidas em torno do comportamento e evolução da pandemia.

Segundo Bill Gates, estas são as 6 questões mais relevantes que, infelizmente, continuam por ser esclarecidas.

  1. Esta é uma doença sazonal, influenciada pelo clima?

Praticamente todos os vírus respiratórios (de que a Covid-19 faz parte) são influenciados pelo clima e tendem a ser sazonais. Isto significa que habitualmente existem menos infeções no Verão. No caso da Covid-19 esta ideia pode originar um certo relaxamento nos meses de Verão que acabará por ter consequências assim que o Outono regressar. Sabemos já que esta pandemia não irá ser tão influenciada pelo clima como a gripe sazonal, no entanto falta compreender de que forma o calor vai (ou não) afetar a evolução da pandemia.

  1. Quantas pessoas, que nunca tiveram sintomas, podem infetar os outros? E as pessoas que recuperaram podem voltar a ser infeciosas?

Continua ainda a existir um grande desentendimento em relação à forma como estes casos assintomáticos podem (ou não) infetar outras pessoas. O que sabemos é que muitas pessoas, infetadas pelo vírus, não reportam quaisquer sintomas e que uma parte destas pessoas acaba por infetar o resto da população, mas falta compreender em que medida exata. Os modelos de computador parecem demonstrar que estes casos assintomáticos são um dos maiores riscos no momento em que iremos regressar “à normalidade”.

  1. Porque é que as pessoas mais jovens têm um risco menor de ficar gravemente doentes quando são infetadas pela Covid-19?

Perceber melhor esta dinâmica irá permitir medir melhor os riscos de voltar a abrir as escolas. É um tema complicado, até porque apesar de poderem não ficar tão doentes, a verdade é que podem continuar a funcionar como veículos de transmissão fora do perímetro da escola. Falta igualmente ainda perceber de que forma o género, a etnia e outros fatores influenciam (ou não) a probabilidade de contrair o vírus.

  1. Que tipo de sintomas indicam que alguém deve mesmo ser testado?

Dado que vamos continuar sem ter testes suficientes para toda a população é essencial que exista um citério bem definido sobre quem deve ou não ser testado. Muitos países estão já a utilizar a medição de temperatura em espaços públicos como uma forma de despiste. Isto poderá ser uma boa forma de identificar potenciais casos, que deverão ser obrigatoriamente testados e confirmados.

  1. Que atividade representam um maior risco de infeção?

Devemos evitar casas-de-banho públicas, refeições preparadas em restaurante ou maçanetas, como forma de reduzir o nosso risco de contágio? Não sabemos. Falta ainda compreender com exatidão que tipo de serviços ou atividade representam maiores riscos para a população. Será necessário definir regras claras para vários tipos de ajuntamentos, seja em contexto de serviços religiosos ou académicos, por exemplo. Que atividades podem retomar mais cedo à normalidade e quais as que devem esperar ainda um pouco mais?

 

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