Aliás, ter uma linha de crédito sempre à mão pode ser uma grande ajuda para aqueles meses em que o ordenado não chega até ao fim do mês ou quando quer fazer uma compra de um montante superior ao saldo disponível.
Mas ainda assim, a utilização do cartão de crédito deve ser feita de forma racional e ponderada. Até porque pode estar a pagar uma sobretaxa sem o saber e por isso, a aumentar o valor final a pagar. Conhecendo esta realidade de muitos portugueses, o ComparaJá elaborou uma lista das despesas que não deve pagar com o seu cartão de crédito.
1. Hipotecas
Dar a entrada de uma casa através do seu cartão de crédito pode sair-lhe caro. A não ser que consiga utilizar a opção de cash-advance e pagar dentro de um mês o valor que levantou, esta não é uma despesa que deva pagar com o seu cartão.
Por exemplo, se o montante utilizado no cartão de crédito for de 50 mil euros e existir uma TAN de 19%, o tipo de pagamento utilizado for de 10% do valor e a anuidade do cartão atingir os 100 euros irá pagar um total de juros de 7117,88 euros por um período de 69 meses.
Tendo em conta este valor elevado para o pagamento de juros para um valor de 50 mil euros, é preferível optar por um crédito habitação. O pagamento da renda ou da prestação mensal da sua casa são outras situações onde não deve utilizar o cartão de crédito.
2. Despesas do dia-a-dia
Em vez de utilizar o cartão de crédito para pagar as despesas do dia-a-dia, opte por andar com dinheiro na carteira. Ao utilizar o seu cartão todos os dias, perde a noção de quanto está a gastar porque tem sempre uma linha de crédito disponível.
As despesas vão somar-se e ao fim do mês pode ter que pagar mais de despesa de cartão de crédito do que aquilo que recebe de ordenado. Além disso, assim que deixa de conseguir fazer face às suas despesas com o cartão, a taxa de juro a cobrar irá aumentar, o que consequentemente aumenta as suas despesas.
3. Impostos
No caso dos impostos, a situação é bastante semelhante ao pagamento das hipotecas. Só deve realizar o pagamento de impostos se tiver a certeza que irá ter o dinheiro disponível na sua conta antes do fim do mês. Caso contrário, é preferível optar pela opção de planos de pagamentos disponíveis nos serviços da Autoridade Tributária uma vez que terá que pagar juros se entrar numa situação de incumprimento ou adiamento do pagamento.
4. Educação
Para os estudantes que optem por pagar as propinas da universidade todas de uma vez ou estejam a estudar numa universidade privada, o custo das propinas pode ser bastante elevado. Ainda assim, também aqui não deve escolher o cartão de crédito como opção de pagamento.
Existem outras soluções como efetuar um pedido de plano de pagamento à sua universidade, fazer um pedido de crédito pessoal ou até concorrer a uma bolsa. Ao utilizar o cartão de crédito para fazer grandes pagamentos está a despoletar uma situação de endividamento que pode ter consequências mais tarde, como a penalização de juros num pedido de crédito.
5. Saúde
Uma operação, o nascimento de um bebé ou apenas um acidente inesperado podem ter consequências para o seu orçamento familiar. Ainda assim, não deve ser o seu cartão a suportar estas despesas. Antes de utilizar o cartão pense racionalmente. É mais eficiente optar por outra forma de pagamento, como um plano de pagamentos do que pagar contas elevadas com cartão de crédito.
Lembre-se que a taxa de juro de um cartão de crédito é normalmente mais elevada do que a praticada pelos planos de pagamento disponíveis em hospitais ou clínicas. Existe até a possibilidade de nem sequer existir taxa de juro a cobrar por estes serviços e por isso deve sempre verificar qual a melhor forma de pagamento para o seu orçamento.
É imperativo que antes de tirar o cartão de crédito da carteira, faça uma análise às vantagens e desvantagens da sua utilização de forma a não aumentar as suas despesas mensais. Uma boa utilização deste cartão pode trazer benefícios consideráveis para o seu orçamento mensal, basta estar informado sobre as vantagens associadas.