É provável que depois de expressar um qualquer receio, alguém já lhe tenha dito que “precisa de enfrentar esse medo”. É um bom conselho, todavia é bastante mais difícil do que possamos pensar. É semelhante a aconselhar uma pessoa que sofre de insónias a dormir mais. Afinal, como podemos lá chegar?
No que diz respeito aos medos, a terapia de exposição pode ser de facto bastante útil. Basicamente o que se irá tentar é criar uma relação mais saudável com um elemento que nos provoca medo ou desconforto. Seguindo um regime sistemático de exposições regulares, breves e intencionais a esse exato problema.
De acordo com os especialistas do portal Psychology Today, existem alguns fatores e elementos essenciais que devem ser considerados ao longo do processo de ultrapassar um medo. Eis as principais conclusões.
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Começar quando estiver realmente preparado
Todos nós somos capazes de tolerar uma certa quantidade de medo na nossa vida. Conseguimos viver de forma adequada e funcional sabendo que temos um conjunto de receios que nos preocupam e assustam.
Todavia quando estes medos ganham uma proporção desmesurada e começam a atrapalhar/condicionar o nosso quotidiano então poderá ser necessário procurar ajuda. Os medos e fobias podem passar a controlar toda a nossa existência, degradando por completo o nosso bem-estar.
Quando finalmente sentir que já está farto de lidar com estes “fantasmas” na sua vida ou que os medos estão a interferir com as coisas mais importantes, então essa será a altura ideal para iniciar a sua recuperação. Esta motivação irá ajudar a ultrapassar os maiores desafios do processo recuperação.
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Exposição intencional
Este é um elemento fundamental de todo o processo de recuperação. Sendo certo que é provável que sejamos obrigados a lidar com os medos em encontros inesperados, quando escolhemos “agendar” esses encontros de forma intencional estamos a assegurar um aspecto determinante: o controlo.
O ser humano adora a previsibilidade, pelo que é bem mais eficaz escolhermos exatamente os momentos em que vamos ter que enfrentar os nossos medos. Esta prática intencional permite evitar um constante estado de ansiedade em que estamos permanentemente à espera do momento em que teremos que lidar com algo desconfortável. Deverá ser capaz de ter a coragem para se expor de forma propositada e controlada.
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Faça isso de uma forma sistemática
A terapia de exposição baseia-se numa organização de hierarquia de níveis de medo. A ideia passa por conseguir fazer primeiro as coisas que nos provoquem níveis inferiores de medo e progressivamente ir evoluindo para as situações mais tensas e difíceis. O facto de criarmos este plano permite lidar com todo o processo de uma forma mais tranquila. Aos poucos iremos estar cada vez mais confortáveis a gerir tudo aquilo que mais nos assusta.
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Aguentar durante um certo tempo
Uma parte crucial do processo passa por perceber que afinal quando algo assustador acontece as consequências não são tão dramáticas como havíamos imaginado. Para tal é fundamental que não decida fugir mal algo desconfortável acontece. Escolha permanecer exposto a esse momento assustador durante, por exemplo, 20 minutos. Seremos mais capazes de tolerar esse desconforto e mais facilmente iremos perceber que nada terrível aconteceu. No final saímos da situação assustadora por nossa decisão e não devido a um excesso de ansiedade.
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Repetição
Um momento de exposição é certamente um ato de bravura, mas dificilmente irá ser suficiente para conseguir derrotar por completo um certo medo. A repetição é um elemento fundamental para o sucesso de todo o processo. Ao repetir de forma sistemática este tipo de situações irá gradualmente conseguir esvaziar todos os seus receios e ganhar uma redobrada confiança.