Os mitos que se criam em torno do que significa ter uma doença mental não são inofensivos. A verdade é que grande parte do estigma que ainda existe sobre este tema tem a sua origem nestas ideias falsas. A vergonha associada à saúde mental é um dos elementos que mais impede as pessoas de procurar ajuda, pelo que é um real problema.
Parte de cada um de nós ter a capacidade de questionar algumas destas ideias pré-concebidas. Compreender melhor a origem e as características de alguns dos principais distúrbios mentais irá permitir-nos aceitar e normalizar o tema.
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Eis alguns dos principais mitos e preconceitos que deve (mesmo) esquecer, explicados pelo portal Psychology Today.
- As pessoas com doenças mentais são perigosas
Na maior parte dos casos estas pessoas são tão perigosas como o resto da população. A ideia de que representam um risco para a sociedade é um mito prejudicial que acaba por agravar ainda mais o problema. Habitualmente as pessoas com distúrbios mentais são até mais vulneráveis e têm uma maior probabilidade de ser vítimas de violência.
- Estas pessoas são mais fracas
Errado. Uma doença mental não representa um sinal de fraqueza. Este tipo de patologias podem ter a sua origem em inúmeros diferentes fatores: historial familiar, problemas médicos, personalidade, condições económicas, etc. De resto, é até bastante comum que estas pessoas demonstrem uma força enorme para tentar lidar e gerir adequadamente os seus desequilíbrios mentais. Para tal é necessária uma enorme coragem.
- As pessoas com doenças mentais apenas querem atenção
Infelizmente esta é ainda uma ideia comum. Existe um enorme estigma em torno da depressão, por exemplo. A sociedade demonstra uma enorme dificuldade em aceitar as pessoas que sofrem com esta condição médica. Ninguém escolhe ter um problema mental, isso é impossível. Pelo que este tipo de atitude por parte da sociedade apenas contribui para agravar os sintomas mais negativos, acabando por alienar ainda mais o individuo.
- As crianças não sofrem destes problemas
Errado. Os mais novos podem estar vulneráveis a um conjunto alargado de problemas mentais. Existe sempre alguma hesitação e cuidado para não diagnosticar uma determinada doença mental a uma criança muito nova, na medida em que isso pode prejudicar o seu desenvolvimento. Todavia isso não significa que não estejam a sofrer. Felizmente nos últimos anos tem aparecido novas terapêuticas que procuram apoiar o crescimento do jovem e acompanhar as suas dificuldades de uma forma mais eficaz ao longo da infância e adolescência.
- Basta que tomem a medicação
Sendo certos que existe um conjunto de medicamentos que têm provado ser eficazes no controlo de algumas das principais doenças mentais, a verdade é que esta não é uma solução milagrosa. Uma doença mental não se cura com um simples comprimido. Habitualmente os melhores resultados surgem quando existe uma combinação de medicação e de psicoterapia que ajude a “desbloquear” alguns dos principais obstáculos mentais e emocionais. É um processo lento que exige um acompanhamento prolongado no tempo.
- Uma doença mental não tem solução
Existe uma enorme investigação em torno da eficácia das principias terapêuticas associadas aos problemas mentais. Sendo certo que para muitas pessoas uma doença mental é algo com o qual terão que lidar toda uma vida, é também verdade que muitos destes indivíduos conseguem aprender a lidar e controlar a situação. Retomando assim alguma da sua “funcionalidade” e recuperando a capacidade de apreciarem a sua vida. Para algumas pessoas o tratamento pode ser tão eficaz que se verifique uma resolução praticamente completa das suas dificuldades.