Desde os antigos filósofos como Séneca, Platão e Aristóteles até aos Pais Fundadores que escreveram sobre a vida, a liberdade e a busca da felicidade, a felicidade sempre existiu como um inquilino central da auto-realização.
Quando comparamos essas conceptualizações históricas com a forma como vemos a noção de felicidade nos dias de hoje, o que vemos é uma transição da felicidade como prática, para a felicidade como produto. A sociedade moderna gira em torno da gratificação instantânea e muitas vezes confundimos esse sistema de recompensa com a própria ideia de felicidade. Quando isso acontece, começamos a ver a felicidade como algo que pode ser comprado ou alcançado numa única experiência. O que é fundamental perceber é que, embora a felicidade possa ser acrescentada devido a uma promoção profissional, um relacionamento ou um presente surpresa, ela certamente não é criada nessas situações. Procurar a felicidade fora de si mesmo inevitavelmente levará a mais insatisfação.
E se, em vez de vermos a felicidade como um destino final, ou algo que possa ser realizado da noite para o dia, começássemos a considerar a felicidade como o subproduto do processo de trabalhar a felicidade? Em outras palavras, em vez de dedicarmos a nossa atenção ao resultado final do sentimento sempre efusivo de felicidade, deveríamos aplicar o mesmo nível de concentração para solidificar a base sobre a qual a felicidade prospera – os alicerces.
Naquilo em que realmente devemos focar-nos é em fortalecer, pouco a pouco, aquilo que já está presente na nossa vida e nos traz felicidade. Assim, como sabemos que ser saudável é mais do que comer apenas uma salada, e que ser forte é mais do que um único empurrão, a verdadeira felicidade existe em mais do que um único momento de alegria. Como tudo o que vale a pena, a felicidade requer um esforço consciente e constante. Requer a mesma concentração mental e o esforço físico que temos no ginásio. Não há um modelo que se encaixa em todos os modelos.
A felicidade torna-se no fio que tecemos nos momentos bons e menos bons das nossas vidas; é um estado de bem-estar geral medido durante a vida. De facto, é impossível ser decididamente feliz o tempo todo, mas vendo as dificuldades da vida como trampolins para uma força pessoal futura maior, estamos a reconhecer a ideia de que a felicidade irá voltar.
Quais as áreas a melhorar?
Tendo isto em mente, aqui estão algumas áreas em que todos nós podemos melhorar a nossa atenção e fortalecer os nossos blocos de construção da felicidade.
Dieta
Estudos de investigação demonstraram que o consumo de uma dieta rica em hidratos de carbono, com elevado consumo de frutas e vegetais, não só apoia a saúde, como também aumenta significativamente os níveis diários de felicidade. Ao centrarmos os nossos hábitos alimentares à volta dos nossos objetivos de saúde e felicidade, estamos destinados a ser bem sucedidos, tanto na mente como no corpo.
Exercício Físico
Ao incluir o exercício físico na nossa rotina diária, damos aos nossos corpos uma oportunidade de auto-regulação e canalizamos as nossas emoções negativas para as positivas. O exercício resulta inevitavelmente em níveis mais elevados de sentimentos, como realização, relaxamento e aumento de energia. Na verdade, indivíduos que se exercitam regularmente, também têm níveis mais altos de felicidade no seu dia a dia. Têm também menor probabilidade de fumar, maior probabilidade de comer de forma saudável e maior probabilidade de se exercitarem novamente, criando assim um ciclo de feedback positivo.
Objetivo
As pesquisas demonstraram que uma das maiores formas de criar e manter a felicidade é trabalhar em algo que nos traga um sentimento de propósito e realização. Não importa o que seja, o facto de termos pequenos objetivos, e cumpri-los, é fundamental para termos uma base sólida para a felicidade. Melhor ainda: a nossa felicidade pessoal também pode ter um efeito positivo naqueles que nos rodeiam (até três graus de separação de acordo com um estudo do British Medical Journal), e vice-versa.
Sinta-se bem, sinta-se mais feliz!