Na verdade, a sua integridade e harmonia assumem enorme importância, pois a face está quase sempre exposta, quaisquer que sejam as condições atmosféricas. É essencial ao reconhecimento entre indivíduos, comunicação e expressão facial. A nossa identidade é determinada, entre outras coisas, pelo nosso rosto. Estas particularidades justificam uma escolha cuidadosa do profissional a quem recorrer para realizar procedimentos de rejuvenescimento do rosto, alerta António Ferreira, cirurgião plástico no site saudebemestar.
Envelhecimento facial
O envelhecimento facial ocorre de forma previsível logo a partir da 3 década de vida. Manifesta-se de várias maneiras, não necessariamente iguais entre indivíduos. As manifestações mais precoces são muitas vezes o aumento da proeminência das pregas nasolabiais, popularmente designada por “bigode chinês” e que correspondem a rugas profundas entre o nariz e a bochecha. Estas manifestações associam-se normalmente a perda de volume da proeminência malar também designada por “maça do rosto”.
Outras manifestações de envelhecimento facial sucedem-se mais tarde, tais como: rugas, alteração da qualidade da pele, flacidez da face, excesso de volume nas pálpebras, sobrancelhas flácidas ou baixas, flacidez do pescoço e bandas cervicais (“papada”). Com o envelhecimento, a quantidade de colagénio na pele diminui, tornando a pele menos elástica e enrugada.
Opções de rejuvenescimento não cirúrgicas
Há uma variedade de opções não cirúrgicas (sem recurso à cirurgia) para rejuvenescer a face que incluem resurfacing, paralisia dos músculos subjacentes (toxina botulinica), aumento de tecidos moles (fillers – ácido hialurónico, enxerto de gordura), lasers (CO2, erbium, NdYAG), luz pulsada, dermoabrasão, micro-dermoabrasão, peelings químicos (alfa-hidroxi-ácidos, acido tricloroacético, fenol), radiofrequência, ultrassons (ulterapia).
A toxina butulinica é um medicamento que é injetado nos músculos da expressão facial provocando uma paralisia dos mesmos. É usada para melhorar as rugas da região frontal, elevar as sobrancelhas e corrigir os chamados “pés de galinha”. Este resultado verifica-se durante um período de tempo limitado, visto que este medicamento tem um efeito temporário. Este aspeto obriga à repetição dos tratamentos para que os resultados se mantenham.
Os peelings químicos usam uma solução que melhora a textura e reduz as irregularidades da pele. Este efeito é obtido pela remoção das camadas mais superficiais e envelhecidas da pele. Estas técnicas não cirúrgicas são particularmente indicadas para doentes com pele com rugas, pigmentação heterogénea ou com manchas. Os peelings químicos podem ser realizados em conjunto com um face lift, mas não são um substituto daquela cirurgia nem previnem ou atrasam o processo de envelhecimento.
Com o passar dos anos, a quantidade de colagénio na pele reduz, tornando-a menos elástica e enrugada. Outro efeito que se nota com o envelhecimento é a atrofia da gordura da cara resultando em perda de volume em alguns locais. Hoje em dia, é possível injetar colagénio (fillers, ácido hialurónico) na face, eliminando as rugas ou as pregas exageradas e contrariando a perda de volume descrita. Os efeitos duram cerca de 4 a 6 meses. Uma alternativa para preencher e corrigir rugas ou para aumentar o volume da “maça do rosto” é a utilização de enxertos de gordura. A gordura é colhida do próprio doente por meio de uma lipoaspiração e depois é injetada nos locais onde há necessidade de maior volume. Os enxertos de gordura resultam em efeitos permanentes, o que constitui uma importante vantagem sobre as injeções de colagénio cujos efeitos são, como já referimos, temporários.
Para além disso, descobriu-se recentemente que os enxertos de gordura aplicados na face com o intuito de repor o volume perdido têm um outro efeito provavelmente ainda mais relevante. Na verdade, a aplicação do enxerto de gordura tem um efeito sobre os tecidos adjacentes, incluindo a pele, tornando-os mais jovens, isto é, com maior elasticidade e troficidade. No caso particular da pele isto traduz-se numa pele mais brilhante, mais elástica e com menos rugas. Este efeito trófico não ocorre com os fillers de ácido hialurónico.
Opções de rejuvenescimento cirúrgicas (cirurgia)
Em muitas situações, os tratamentos descritos têm de ser complementados por rejuvenescimento facial cirúrgico. A cirurgia (ou operação) é, muitas vezes, vista pelos doentes como uma opção menos desejável. A verdade é que em muitas situações é a única opção para rejuvenescer a face de forma eficaz. De notar também outro aspeto importante, hoje em dia existem técnicas de cicatrizes muito reduzidas (endoscópicas ou percutâneas) que permitem resultados excelentes com uma recuperação muito mais rápida e sem cicatrizes visíveis.
Existem vários procedimentos cirúrgicos dirigidos para a testa (ritidectomia frontal, lifting frontal, lifting frontal endoscópico), as pálpebras (blefaroplastia), o nariz (rinoplastia), o lábio (lifting do lábio, aumento do lábio) a face em geral (ritidectomia facial, lifting facial), o pescoço (ritidectomia cervical). É necessário um conhecimento detalhado da anatomia facial para que se obtenham resultados consistentes, seguros e reprodutíveis. Para além disso, é importante obter resultados naturais, isto é, uma aparência mais jovem mas sem um ar “esticado”.
Existem técnicas de cicatrizes míminas (MIMS – minimally invasive midface suspension, lifting endoscópico, lifting com suturas) que tratam de forma eficaz os primeiros sinais de envelhecimento facial, muitas vezes presentes logo a partir da 3ª década de vida. Na verdade, permitem tratar de forma eficaz o “bigode chinês”, uma das primeiras manifestações de envelhecimento da face, com “one day surgery” sem deixar cicatrizes visíveis na face. Estas técnicas de cicatriz mínima, também chamadas de minimamente invasivas ou endoscópicas, foram introduzidas em Portugal pelo Prof António Costa Ferreira (lifting frontal endoscópico, lifting frontal biplanar endoscópico em 2001) e pelo Dr Marco Rebelo (MIMS em 2006).
O que é lifting facial ou cervicofacial?
O lifting facial ou cervicofacial (ritidectomia ou ritidoplastia) é um procedimento cirúrgico destinado a melhorar os sinais visíveis de envelhecimento da face e do pescoço tais como: pregas entre o nariz e o canto da boca (bigode chinês), perda de volume da “maça do rosto”, excesso de pele na face e pescoço, excesso de gordura inferiormente ao mento e mandibula, pregas no pescoço. O lifting quando efetuado com técnicas modernas não altera a fisionomia facial, isto é, não modifica a aparência característica da pessoa. Contudo, esta técnica não detém o processo de envelhecimento. O lifting facial é uma técnica cirúrgica cujos resultados não podem ser obtidos por meios não cirúrgicos. Na verdade, os resultados de um face lift não são os mesmos de tratamentos de rejuvenescimento não-cirúrgicos. Apesar disto, os procedimentos não cirúrgicos podem retardar a altura em que o face lift se torna necessário ou poderão complementar os seus resultados.
Existe uma grande oferta de “face lift com fios” efetuados no consultório, sem anestesia e com regresso imediato à rotina diária. Trata-se de uma solução temporária para os sinais de envelhecimento facial e quem decida usá-la deve estar bem ciente dessa questão, assim como da possibilidade aumentada de infeção. Esta última situação resulta de se estar a realizar um procedimento invasivo sem ser no bloco operatório.
Lifting frontal
O lifting frontal é a solução para quem está incomodado com rugas de expressão ou com outros sinais de envelhecimento manifestos nesta região. Na verdade, é uma operação que minimiza quer as rugas horizontais frontais quer as rugas localizadas entre as sobrancelhas, horizontais e/ou verticais, mas também eleva as sobrancelhas e elimina/reduz a discrepância de posição entre as sobrancelhas. O lifting frontal eleva as sobrancelhas para uma posição mais “jovem e aberta”. É muitas vezes associado a cirurgia das pálpebras (blefaroplastia) para rejuvenescer os olhos. Os resultados destas duas técnicas complementam-se e potenciam-se resultando num olhar mais “aberto”. O lifting frontal também é muitas vezes associado a lifting cervicofacial para uma correção global da face e pescoço, tratando-se também os terços médio e inferior da face, assim como o pescoço. Estas associações de procedimentos são determinantes para a obtenção de resultados harmoniosos, equilibrados e naturais.
O lifting frontal pode ser feito com recurso a técnicas endoscópicas para reduzir a extensão das cicatrizes e desse modo minimizar as sequelas desta operação.
Blefaroplastia
A blefaroplastia é uma operação que elimina o excesso de pele das pálpebras assim como os “papos” resultantes de acumulação de gordura debaixo da pele. As incisões são feitas de forma a que as cicatrizes sejam praticamente invisíveis, na pálpebra superior localizadas em pregas naturais e na pálpebra inferior junto às pestanas.
Os procedimentos das pálpebras são, muitas vezes, efetuados com anestesia local e sedação em ambulatório. Poderão, portanto, ser realizados sem necessidade de anestesia geral ou de internamento.
Aumento do lábio/lifting do lábio
O aumento do lábio é um procedimento escolhido por mulheres e por homens de todas as idades que apresentam um lábio fino, inestético ou que pretendam restaurar o volume que tinham quando mais jovens. Podem usar-se várias soluções técnicas, tais como enxerto de gordura, enxerto de fáscia, injeção de colagénio, lifting do lábio. Estas técnicas resultam em lábios mais grossos e mais atraentes.
O lifting do lábio, como o nome indica, permite encurtar as dimensões verticais do lábio tornando-o mais volumoso e com melhor aparência estética. A utilização de injeções de colagénio obrigam normalmente a repetir os tratamentos para que o resultado se mantenha porque o colagénio é absorvido pelo corpo ao longo de 4 a 6 meses. Os lábios superior e inferior podem ser tratados individualmente, mas na maioria das situações são tratados em simultâneo para resultados mais harmoniosos. Estes tratamentos dos lábios podem ser associados com outros procedimentos, tais como: face lift, rinoplastia, aumento do mento, aumento da “maça do rosto”, blefaroplastia. A associação de procedimentos é a forma de se obter um resultado harmonioso e natural.
Mini lifting
O termo mini lifting refere-se a procedimentos cirúrgicos que permitem rejuvenescer a face e o pescoço de uma forma eficaz, natural e duradoura sem necessidade de incisões extensas. Por exemplo, é possível fazer um lifting do terço médio da face apenas com uma incisão localizada no couro cabeludo e é possível rejuvenescer o pescoço apenas com incisão localizada atrás do pavilhão auricular.
Lifting endoscópico
A utilização de técnicas endoscópicas permite realizar procedimentos de rejuvenescimento facial por meio de muito pequenas incisões facilmente escondidas. A utilização de suporte endoscópico com câmara de alta resolução permite realizar a operação com melhor visualização, mais detalhe anatómico e precisão cirúrgica. O tempo operatório é reduzido e a operação é realizada com mais segurança.
Recentemente descreveu-se a possibilidade desta técnica ser usada no tratamento de enxaqueca, facto amplamente divulgado na comunicação social. A operação em causa é realizada por meio de técnica endoscópica na região frontal e é dirigida aos chamados “trigger points”, isto é, pontos desencadeantes das crises dolorosas. Está indicada em doentes que não respondem aos vários tratamentos com medicamentos ou nas situações em que os efeitos adversos desses medicamentos são tão significativos que impedem a sua utilização. A técnica consiste em seccionar os músculos situados na região frontal, mais concretamente corrugador e procerus, e libertar os nervos adjacentes, supraorbitário e supratroclear, com técnica endoscópica. A estimulação desses nervos era o fator desencadeante das cefaleias.
A cirurgia é realizada através de 3 pequenas incisões (15 mm) localizadas no couro cabeludo, com anestesia geral e obriga a internamento de apenas um dia (one day surgery). Esta nova arma terapêutica parece ser promissora e pode ser aplicável num número elevado de doentes com significativa melhoria da qualidade de vida. Está descrito, na escassa literatura já disponível, que mais de 80 % dos doentes operados ficaram curados ou descrevem uma melhoria em termos de redução da frequência de crises ou da intensidade dos sintomas. Para além deste claro benefício para o doente, antevê-se um impacto económico considerável com a utilização do tratamento cirúrgico em questão nos casos indicados.
Lifting – riscos, complicações
As técnicas existentes, hoje em dia, permitem obter resultados harmoniosos e naturais sem uma aparência “operada”. A enfâse é cada vez mais tentar usar técnicas mais recentes minimamente invasivas por forma a reduzir a extensão das cicatrizes.
Todas as operações implicam riscos, o face lifting não é exceção. Um dos riscos é a lesão do nervo facial. Para evitar esta situação é importante escolher um cirurgião devidamente treinado nestes procedimentos e com experiência na sua realização. Outros riscos são hematoma, necrose (morte) da pele.
Um aspeto importante para minimizar os riscos desta operação é uma seleção adequada do procedimento a efetuar. O lifting facial é um procedimento altamente individualizado por forma a atingir-se um resultado natural e harmonioso. É, por isso, muito importante escolher um cirurgião que domine todas as técnicas, das mais extensas às minimamente invasivas, para que possa ser escolhido o procedimento mais adequado a cada doente.
O face lifting deve ser usado com particular cuidado em doentes fumadores. A suspensão do tabaco um mês antes da cirurgia é mandatória nos procedimentos mais extensos.
Lifting facial – recuperação, pós operatório
De um modo geral, os liftings faciais não obrigam a internamentos prolongados pois podem ser efetuados com apenas uma pernoita, isto é, “one day surgery”. Dependendo da extensão do procedimento, isto é, se é só tratado o terço médio da face ou se se trata a totalidade da face e pescoço, o período de edema da face será mais próximo dos 3 ou 8 dias. Este aspeto apresenta alguma variabilidade entre os doentes.
Nos procedimentos minimamente invasivos é previsível um retorno à atividade normal ao fim de 5 dias. Já nos procedimentos mais extensos, que tratam simultaneamente face e pescoço, é de esperar um período mais longo e próximo das 2 semanas.
Lifting – cicatriz
A cicatriz de um lifting da face e pescoço pela técnica clássica inicia-se na linha do cabelo ao nível da sobrancelha, contorna a linha do cabelo até ao pavilhão auricular, segue a linha natural em frente ao pavilhão auricular, contorna-o por trás do lóbulo, estende-se até à prega existente por trás da orelha e depois segue numa linha horizontal a meia altura do pavilhão auricular até ao couro cabeludo.
Em doentes com mais de 55 anos estas cicatrizes costumam ficar muito bem disfarçadas. Os doentes mais jovens poderão ser candidatos às ditas técnicas de incisões mínimas que também possibilitam resultados muito bons. É possível nestas idades rejuvenescer o terço médio da face e eliminar o “bigode Chinês” com uma cicatriz localizada no couro cabeludo da região temporal. É também possível rejuvenescer o pescoço apenas com cicatriz de cerca de 3 cm localizada por trás da orelha.
Quem escolher para rejuvenescer a face?
As particularidades justificam uma escolha cuidadosa do profissional a quem recorrer para realizar procedimentos de rejuvenescimento do rosto. É importante verificar se o cirurgião foi treinado especificamente no campo da Cirurgia Plástica, quantos anos de treino recebeu, se é especialista pelo Colégio da Especialidade de Cirurgia Plástica. Não deve entregar a sua face a qualquer um! Só um Cirurgião Plástico está familiarizado com os mecanismos de envelhecimento e com a melhor solução técnica para o tratar pois domina todas as técnicas, cirúrgicas e não cirúrgicas. Um ortopedista operar uma catarata ou um oftalmologista colocar uma prótese do joelho, deverá ser tão estranho como um médico de uma especialidade que não a Cirurgia Plástica realizar um lifting facial. Pode facilmente verificar se o seu médico tem o título de Cirurgião Plástico consultando o site da Ordem dos Médicos.