O Estudo Católica H360º, coordenado pelo oncologista Luis Costa, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, sugere igualmente o aumento da literacia em saúde, não só da população, mas também dos profissionais de saúde, avança a Lusa.
“Temos de aumentar a literacia em saúde, não só para a população em geral, mas também nos profissionais em saúde. Nós próprios – os profissionais de saúde – ficámos surpreendidos com alguns resultados. (…) Literacia em saúde significa também conhecer melhor aquilo que os doentes passam quando têm um problema deste tipo”, disse à agência Lusa o coordenador do estudo.
O Estudo Católica H360º pretendeu perceber como vive e quais as necessidades da doente com cancro de mama, olhando para a realidade atual e propondo soluções para uma melhor abordagem destas doentes, maximizando os recursos disponíveis no sistema de saúde, esclarece a Lusa.
“Se nos demos conta de que uma boa percentagem das mulheres jovens com cancro da mama tem de continuar a trabalhar (…), isso significa que será também necessário uma melhor adaptação dos serviços que fazem os tratamentos, para saber se podem fazer um tratamento num horário que seja mais compatível com as funções profissionais da pessoa”, explicou o oncologista e investigador principal do Instituto de Medicina Molecular.
“A maior parte das vezes, quem diz à pessoa que tem um cancro da mama é o radiologista. E desde que a pessoa sabe que tem um problema e vai precisar de fazer uma biópsia, até que saiba quando vai ser tratada e qual é o plano terapêutico decorrem por vezes várias semanas. Imagine a angústia destas pessoas até que tenham uma resposta”, exemplificou o especialista à Lusa.
O estudo propõe ainda a integração regular entre especialidades médicas e não médicas (por exemplo nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas), considerados “fundamentais à gestão da doente com cancro da mama”, refere a Lusa.