Cientistas de universidades da França, Estados Unidos e Irão identificaram que mutações genéticas na urina podem prever o cancro de bexiga até 12 anos antes do diagnóstico.
Os resultados foram apresentados no congresso anual da Associação Europeia de Urologia, em Milão, Itália.
A pesquisa baseou-se num teste de urina que identifica mutações em 60 genes. Com base em pesquisas anteriores, que identificaram mudanças genéticas conectadas ao cancro de bexiga, os investigadores concentraram-se em dez dos genes.
50 mil participantes foram acompanhados ao longo de 10 anos.
Todos eles forneceram amostras de urina no momento do recrutamento e, ao longo do estudo, 40 voluntários desenvolveram cancro de bexiga. Foram testadas 29 amostras deste grupo, e os cientistas compararam os dados com os de 98 outras pessoas de perfis parecidos que foram usadas como controle.
Dos 29 participantes com o cancro, o teste conseguiu prever com precisão o futuro tumor em 19 deles, mesmo com a amostra de urina sendo coletada até 12 anos antes do diagnóstico.
A cientista responsável pelo estudo, Florence Le Calvez-Kelm, que integra a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Camcro, diz que atualmente o diagnóstico de cancro de bexiga depende de procedimentos caros e invasivos, como a citoscopia.
«Ter um exame de urina mais simples que possa diagnosticar com precisão e até prever a probabilidade de cancro com anos de antecedência pode ajudar a detetar mais cancros num estágio inicial e evitar cistoscopias desnecessárias em pacientes saudáveis», afirma.