Todos conhecemos alguém assim. Porventura até nos identificamos a nós próprios como perfecionistas. Esta necessidade de fazer tudo com um nível de exigência bastante alto, de gerir a nossa vida com um conjunto de regras bem definidas, é algo comum. No entanto em alguns casos, se for levada a um extremo, esta característica pode ter repercussões extremamente negativas para a sua saúde.
Os estados de ansiedade permanentes e a incapacidade de sentir gratificação podem dar origem a estado depressivos complicados de resolver e que podem requerer o apoio de um terapeuta especialista. O medo da mudança e o medo de falhar podem ser experiências extremamente difíceis de gerir.
Recentemente o portal Psichology Today criou uma listagem que reflete algumas das situações que este tipo de pessoas perfecionistas tem de enfrentar diariamente, alertando para os danos que estes podem estar a causar à sua própria saúde mental.
- Se o seu compromisso não for total então acaba por se sentir mal
Orgulha-se de completar as suas tarefas de forma eficaz. Sempre que faz algo novo precisa de ter a certeza de que consegue obter sucesso. Caso tenha dúvidas de que conseguirá terminar bem a tarefa então fica extremamente desconfortável.
Este sentimento acaba por levar muitas pessoas a desistir rapidamente de certas coisas. A pressão de sentir que pode estar a fazer algo mal é demasiadamente intensa e acaba por fazer com que não se sinta capaz para continuar.
- Não pede ajuda
Independentemente de estar a fazer um trabalho sozinho ou com um grupo, para si pedir ajuda é algo difícil. Não está acostumado a revelar vulnerabilidades. A ideia de assumir falhanços é algo complicado de aceitar. É, aliás, algo inaceitável para si.
É recomendado que consiga estar mais capaz emocionalmente. Que consiga aprender a pedir ajuda e que arrisque revelar as suas fraquezas. Os especialistas parecem acreditar que os perfecionistas são habitualmente bons a descrever os seus sentimentos, mas são pouco capazes de os sentir realmente. É assim uma boa estratégia começar a escrever as suas emoções num papel. Tentar através deste meio ser capaz de realmente sentir e abordar todas as suas dificuldades.
- Sempre que faz algo novo, o seu stress aumenta exponencialmente
O facto de ter rotinas muito bem definidas, de estar habituado a fazer as coisas de uma certa forma, são elementos que trazem estabilidade à sua vida. É a forma como se reconhece a si próprio e aos outros.
Aderir a algo novo, a algo desconhecido é assim normalmente sempre uma experiência dolorosa. A mudança gera stress e o impulso para a evitar (ou para fugir) é sempre grande. Esta é uma resposta de curto-prazo que pode estar a limitar o seu potencial e a afetar negativamente a sua saúde mental.
É necessário que ganhe uma coragem extra para experimentar coisas novas, para se deixar sentir vulnerável. Apenas assim irá conseguir relaxar e crescer.
- O seu objetivo inicial é demasiado exigente
A prática conduz à perfeição. É essencial que sempre que define um objetivo, procure que este seja possível de concretizar. Ao identificar uma meta muito exigente estará a gerar uma ansiedade grande, visto saber que dificilmente irá conseguir concretizar aquilo a que se comprometeu.
Deve sempre começar por definir coisas pequenas que consiga concretizar. Não comece logo pelo mais difícil, pelo objetivo final. Vá concretizando pequenos desafios e celebre-os. Isto irá dar-lhe força e motivação para continuar a avançar para objetivos mais complexos.
- Os outros dependem da sua síndrome
O facto de ser como é, de ser perfecionista, é algo que os outros em seu redor tomam por garantido. Seja no trabalho ou em ambiente familiar, as pessoas estão acostumadas ao seu comportamento e ao seu ritmo implacável de trabalho. As suas vidas são mais simples exatamente porque você existe.
Seja com o seu parceiro ou com o seu empregador (ou colegas de trabalho) é importante que seja capaz de se abrir emocionalmente e de partilhar a forma como está a deixar que o desgaste emocional tome conta da sua vida. Não deixe de prosseguir o seu caminho para atingir uma saúde mental mais estável, por receio de estar a falhar aos olhos dos outros. Se eles gostarem realmente de si irão compreender.