Quantas vezes consultou a sua conta bancária sem fazer a ideia de quanto era o saldo? Situação mais comum em momentos maior aperto financeiro? Normalmente, a resposta é unânime: isso já aconteceu várias vezes!
Estar financeiramente tranquilo é ter uma paz de espírito verdadeira. Não precisa de ser milionário, apenas precisa de saber que se algo acontecer, a si ou à sua família, terá ali o necessário para resolver definitiva ou temporariamente aquela aflição.
Citando o escritor americano Mark Twain: “A falta de dinheiro é a raiz de todos os males”. Nesse sentido, o dinheiro é uma ferramenta que permite ter opção de escolha, pelo que, resolver ou não os seus problemas financeiros, poderá depender só de si. Não é fácil ter uma reserva de emergência financeira, demora tempo, necessitará de organização, disciplina e, por vezes, algum sacrifício.
Assim, podemos dizer que a reserva de emergência é um rótulo dado ao dinheiro suado que vai juntar, religiosamente, todos os meses, com a esperança que consiga chegar rápido ao seu objetivo.
1. Objetivos a definir?
Uma variável a considerar, quando pretende saber qual é o montante que tem de alcançar, é o seu agregado familiar ou os seus dependentes. Vai precisar de saber quanto gasta mensalmente para conseguir definir o valor que precisará de juntar (ao longo dos vários meses). Veja a totalidade do dinheiro que é necessário para fazer face às despesas de cada. Se for sozinho, pode quantificar os seus custos mensais, por exemplo, igualando-os ao salário que aufere.
Quando souber o montante mensal que precisa de ter, deverá multiplicar esse valor, no mínimo, por 3 meses. Optando por ficar com uma reserva mínima ou procurar sentir-se mais seguro, juntando de 6 a 9 meses ou, até mesmo, 1 ano dos seus custos.
Como exemplo, podemos pensar num casal que vive com 1.300 euros por mês, este deverá canalizar os seus esforços para juntar, no mínimo, 3.900 euros para ter 3 meses de subsistência, 7.800 euros para ter 6 meses ou uns confortáveis 15.600 euros que correspondem a um ano das suas despesas.
2. Como juntar?
Não existem fórmulas mágicas para juntar dinheiro, mas existem algumas técnicas que ajudam a nossa mente a ter disciplina e foco para alcançar os objetivos desejados. Entre as diversas técnicas, temos:
– Pague-se a si próprio primeiro. Mal receba o seu salário/rendimento, coloque a quantia que quer destinar à sua reserva de emergência numa conta à parte ou num depósito a prazo e nunca deixe de pôr de lado, no mínimo, 10% (do montante mensal que ganhou).
– Tenha um orçamento mensal contemplando cada categoria de gastos no mês, sejam despesas de casa, alimentação, saúde, etc… Todo o dinheiro tem de estar destinado e é importante ter em conta as despesas de lazer, fundamentais para o seu bem-estar e para manter a motivação no processo de criação da reserva de emergência.
Pode encontrar online, inclusive no canal Renda Maior, ficheiros gratuitos para elaborar o seu orçamento, assim como outras estratégias de gestão de finanças pessoais, tais como:
– Juntar dinheiro em envelopes, separar o dinheiro em cartões gratuitos com várias finalidades ou, até mesmo, separar pequenas quantias semanalmente para facilitar a poupança. Isto permite fugir à tentação de gastar o dinheiro que está na sua conta principal.
– Crie uma renda-extra ou outras fontes de rendimento, como um part-time ao fim de semana, isso ajudará a reforçar mais rapidamente a sua reserva de emergência. Assim, todo, ou pelo menos grande parte, do dinheiro que ganhe como dinheiro extra, deve ser direcionado para esta reserva. Outras alternativas são as horas-extras (desde que sejam pagas) ou esforce-se para alcançar os seus prémios/bónus por objetivos (caso os tenha no seu emprego).
Crie essa motivação, pense em concretizar este desafio e tente atingir essa meta o quanto antes!
3. Onde aplicar?
Outra questão a ter em conta quando está a criar uma reserva de emergência é onde deve ter ou aplicar esse dinheiro. Fazendo uma sugestão, podemos começar em contas distintas da conta à ordem principal (contas gratuitas), reforçar com depósitos a prazo mobilizáveis, se possível, utilizar também contas à ordem que paguem juros e, por fim, talvez até certificados de aforro (tendo em conta o seu reduzido nível de risco). É importante perceber que o dinheiro deve estar acessível (ter liquidez), para o caso de ser necessário, mas que também deve estar investido em produtos financeiros de capital garantido, para não se desvalorizar (o ideal será um retorno que compense, pelo menos, a inflação).
A necessidade da maior parte desse dinheiro ser acessível prende-se com o seu propósito: servir para emergências. Estas podem acontecer em qualquer momento da vida, como por exemplo, ter que pagar aquela multa inesperada, uma despesa no mecânico, um complemento durante uma baixa-médica, o arranjo do telhado da sua casa ou as obras do condomínio, e, no caso mais extremo, ser o seu único rendimento numa situação de desemprego. Nunca deverá ser usado para pagar jantares, luxos, férias ou impulsos de consumo, tal como, o último modelo daquela marca famosa de smartphones!
No fim, quando precisar de usar a reserva, ficará com o compromisso de a repor, o mais rápido possível, como se de uma prioridade se tratasse. Com esta metodologia irá ser você o seu próprio banco e poderá pedir emprestado, sem juros, sempre que precisar!
Por Ariana Nunes
(Criadora do Canal Renda Maior no YouTube)
Site: https://www.youtube.com/rendamaior