No complexo cenário das finanças pessoais, a preparação para despesas significativas assume um papel crucial para assegurar objetivos de vida sólidos e serenos.
Por Felipe Maia, do Oxigénio Financeiro
Seja para a educação dos filhos, um casamento memorável, a realização do tão almejado imóvel ou a aquisição de um veículo, um planejamento financeiro bem estruturado pode fazer toda a diferença.
O planeamento financeiro transcende os cálculos e os números, envolvendo decisões conscientes que facilitam a concretização das tarefas necessárias. Despesas de vulto geralmente englobam montantes substanciais, e abordá-las sem um plano acarreta dívidas excessivas, tensões financeiras e atrasos nos objetivos. Ao planear previamente, obtém-se a vantagem de estabelecer um alicerce sólido para encarar esses momentos cruciais.
É importante não direcionar a atenção apenas para as despesas imediatas, mas também para seus objetivos financeiros de longo prazo. Considerando a situação financeira no seu todo, podem-se tomar decisões que beneficiam o presente e o futuro.
Cada pessoa possui metas singulares referentes às despesas relevantes que se deparará ao longo da vida. Identificar essas metas é o primeiro passo crucial para um planeamento sólido.
Após identificar as metas financeiras, a hierarquização é imprescindível. Nem todas as despesas possuem a mesma urgência ou peso financeiro. Algumas podem ter prazos mais curtos, enquanto outras podem ser mais maleáveis.
Um orçamento é uma ferramenta essencial para uma gestão financeira eficaz. Ele proporciona o conhecimento da receita e das despesas, identificação de áreas para economizar e a consecução de metas financeiras de forma organizada. Primeiro enumeram-se todas as fontes de renda, como salário, investimentos ou renda extra. Em seguida, enumeram-se as despesas regulares, como habitação, alimentação, transporte e contas.
Dentro das despesas, encontram-se tanto as fixas quanto as variáveis. Despesas fixas são aquelas que se mantêm relativamente constantes mês após mês, como o aluguer ou a prestação do empréstimo. As despesas variáveis, por outro lado, podem oscilar, como os gastos com lazer, entretenimento ou viagens. Identificar essas categorias é crucial para ajustar o orçamento conforme necessário.
Para metas importantes de curto prazo, como a aquisição de um veículo, considerar opções de baixo risco, como contas poupança ou certificados de depósito, pode ser mais apropriado. No caso de metas de longo prazo, como a educação dos filhos ou a aposentadoria, recomenda-se explorar opções de investimento mais diversificadas, como fundos mútuos, ETFs ou ações. Contudo, é aconselhável manter um equilíbrio cuidadoso entre risco, liquidez e rendimentos.
Essa abordagem contribui para reduzir riscos e aumenta as perspetivas de retornos consistentes ao longo do tempo, maximizando o efeito dos juros compostos.
Assim como um orçamento, é imprescindível acompanhar regularmente os investimentos e efetuar ajustes conforme necessário. À medida que se aproximam as metas importantes, importa considerar redirecionar os investimentos para opções de menor risco, protegendo assim o capital das oscilações do mercado.
É recomendado não analisar um único investimento isoladamente. Analise o património como um todo e a sua evolução no decorrer do tempo. Isso auxilia a não ceder ao pânico em situações de queda momentânea de algum ativo, promove diversificação e contribui para conquistar os objetivos de forma mais ágil.