O nosso país “acordou” hoje com a chegada da tempestade Bárbara. Desde as 9h que todos os distritos de Portugal Continental se encontram bob aviso laranja devido à previsão de períodos de chuva por vezes forte e persistente. A partir desta tarde cinco distritos passam a estar a vermelho.
Apesar de este ser um acontecimento algo comum nesta altura do ano, a verdade é que é necessário assumir alguns cuidados. A precipitação forte e o progressivo aumento da intensidade do vento – com rajadas que podem chegar até 100 quilómetros por hora e até 130 quilómetros por hora nas terras altas – é capaz de causar danos severos.
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O mais provável é que chegue hoje a casa um pouco mais encharcado do que o normal. Ninguém gosta particularmente de apanhar este tipo de chuva. No entanto este é um acontecimento meteorológico essencial para o correto funcionamento do nosso ecossistema.
Em dia de tempestade, conheça algumas curiosidades sobre este tipo de chuva, recolhidas pelo portal MegaCurioso, que prometem surpreender.
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Velocidade
As nuvens de chuva são geralmente formadas a uma altitude de 1000 a 1200 metros acima do solo. Se um objeto com o mesmo peso e tamanho de uma gota de chuva cair desta altura, ele atingiria uma velocidade de queda livre, chegando à superfície a cerca de 558 km/h, o que provavelmente causaria um grande estrago.
Mas afinal porque é que as gotas de chuva não magoam as pessoas ou não estragam o local onde caem? Devido à forma oval das gotículas, a força de atrito é aumentada na atmosfera, impedindo que elas ultrapassem uma velocidade limite. Por isso, a velocidade com que elas chegam à superfície não passa de 8 a 10 km/h, não importando a que altura elas caiam.
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16 milhões de toneladas de circulação de água
A magnitude do ciclo da água é fascinante. Quando milhões de partículas de vapor se unem, elas formam gotículas de humidade. À medida que estas aumentam de tamanho, finalmente tornam-se fortes o suficiente para cair na superfície em forma de precipitação, variando entre chuva, neve, granizo e orvalho.
Estima-se que 16 milhões de toneladas de água, em qualquer uma das formas acima descritas, caiam em direção à Terra a cada segundo. Através do processo de evaporação toda essa humidade é puxada de volta para a atmosfera e assim o ciclo continua incessantemente. Tudo isto assegura que num só dia a Terra receba cerca de 306 mil milhões de galões de água.
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Chuva Vermelha
A “chuva de sangue” ou “chuva vermelha” é um fenômeno que acontece muito raramente, mas que foi sendo registado desde os tempos antigos. Por exemplo, Plutarco falou sobre uma chuva sangrenta que caiu após grandes batalhas com as tribos dos homens de Criso (que ele refere como “germanos”).
Plutarco acreditava que a evaporação do sangue no campo de batalha ficava impregnada no ar, “pintando” as gotas de água comuns na cor vermelho-sangue. No entanto, esta ideia veio a comprovar-se falsa. Este acontecimento está antes relacionado com a evaporação de certos tipos pigmentados de partículas e poeiras que podem “tingir” a água.
O último registro da famosa chuva vermelha foi na Índia, no estado de Kerala, em 2001. O evento foi especialmente impressionante pelo tempo de duração, caindo na região durante cerca de dois meses. Uma das suposições é a presença de poeira vermelha nas nuvens, que pode ter sido suspensa a partir do deserto do Saara.
Mas não é apenas o tom vermelho que pode colorir uma chuva. Já foram registadas chuvas negras (devido às cinzas vulcânicas), brancas ou leitosas (devido à suspensão de calcário branco: giz) ou até amarelas ou verdes, devido a um excesso de pólen no ar.
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Chuva de peixes?
É certo que isto pode parecer algo semelhante a uma fantasia de um filme de Hollywood, no entanto sabia que ao longo da história já forma relatadas inúmeras chuvas de animais, tais como peixes e sapos?
Uma hipótese sólida que pode explicar este fenômeno é o facto de os ventos fortes ou tornados que viajam sobre as águas terem a capacidade de “capturar” criaturas como peixes ou rãs e as transportarem por vários quilômetros.
Segundo relatos, às vezes, os animais sobrevivem à queda, sugerindo que eles são descartados logo após a “captura” dos ventos. Várias testemunhas de “chuvas de sapos” descrevem os animais como assustados, apesar de saudáveis, apresentando um comportamento relativamente normal logo após o evento.
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O cheiro da chuva
Sim, existe um cheiro associado a este fenómeno.
Este tipo de aroma, frequentemente mais percetível no campo, é na verdade causado por bactérias. Elas são do tipo Actinomicetos, filamentosas, que crescem no solo quando as condições climáticas estão húmidas e quentes.
Quando o solo seca, a bactéria produz esporos. Com a força e a água, a chuva solta estes minúsculos esporos no ar, onde a humidade atua como um “spray”, carregando estas partículas e espalhando-as pelo ar. Estes esporos liberam vapores de óleos com um cheiro de terra distinto, bastante associado a alturas de maior precipitação.
A bactéria é extremamente comum e pode ser encontrada um pouco por todo o mundo, representando a universalidade deste delicado cheiro de chuva. O cheiro fica ainda mais forte quando a chuva acontece depois de um longo período de seca.
Outros tipos de cheiros podem ainda estar associados aos níveis de acidez presentes nas gotículas, assim como aos óleos libertados pelas plantas e vegetação após uma chuvada.
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