O mundo para muitas vítimas de abuso doméstico pode ser solitário, isolado e cheio de medo. Às vezes, estender a mão e deixá-los saber que estamos aqui pode proporcionar um alívio tremendo.
Como ajudar uma vítima de violência doméstica
Dicas a seguir para ajudá-lo a apoiar alguém nessa situação vulnerável.
Arranje tempo para eles
Se decidir entrar em contato com uma vítima de abuso, faça-o durante um momento de calma. Envolver-se quando os ânimos estão exaltados pode colocá-lo em perigo. Além disso, certifique-se de reservar bastante tempo caso a vítima decida falar.
Inicie uma conversa
Pode abordar o assunto da violência doméstica dizendo “Estou preocupado contigo porque…” ou “Estou preocupado com a tua segurança…” ou “Notei algumas mudanças que me preocupam…”
Talvez tenha visto a pessoa vestir roupas para cobrir hematomas ou notado que a pessoa de repente ficou estranhamente quieta e retraída. Ambos podem ser sinais de abuso.
Ouça sem julgamento
Se a pessoa decidir falar, ouça a história sem julgar, dar conselhos ou sugerir soluções. As hipóteses são de que, se você ouvir ativamente, a pessoa dirá exatamente o que ela precisa. Apenas dê à pessoa toda a oportunidade de falar.
Pode fazer perguntas esclarecedoras, mas principalmente deixe a pessoa expressar seus sentimentos e medos.
Aprenda os sinais de alerta
Muitas pessoas tentam encobrir o abuso por vários motivos, e aprender os sinais de alerta de violência doméstica pode ajudá-lo a ajudá-los:
Sinais físicos
- Olhos pretos;
- Lábios feridos;
- Marcas vermelhas ou roxas no pescoço;
- Pulsos torcidos;
- Feridas nos braços.
Sinais emocionais
- Baixa autoestima;
- Excessivamente apologético ou manso;
- Medo;
- Alterações nos padrões de sono ou alimentação;
- Ansioso ou no limite;
- Abuso de substâncias;
- Sintomas de depressão;
- Perda de interesse em atividades e hobbies antes apreciados;
- Falar sobre suicídio.
Sinais Comportamentais
- Tornar-se retraído ou distante;
- Cancelar compromissos ou reuniões de última hora;
- Atrasar-se frequentemente;
- Privacidade excessiva em relação à sua vida pessoal;
- Isolando-se de amigos e familiares.
Acredite em Vítimas de Violência Doméstica
Como a violência doméstica tem mais a ver com controle do que com raiva, muitas vezes a vítima é a única que vê o lado negro do perpetrador. Muitas vezes, os outros ficam chocados ao saber que uma pessoa que eles conhecem pode cometer violência.
Consequentemente, as vítimas muitas vezes sentem que ninguém acreditaria nelas. Acredite na história da vítima e diga isso. Para uma vítima, finalmente ter alguém que saiba a verdade sobre suas lutas pode trazer uma sensação de esperança e alívio. Ofereça à vítima estas garantias:
- Eu acredito em ti;
- Isso não é culpa tua;
- Você não merece isso.
Valide os sentimentos da vítima
Não é incomum que as vítimas expressem sentimentos conflitantes sobre o seu parceiro e asua situação. Esses sentimentos podem variar de:
- Culpa e raiva;
- Esperança e desespero;
- Amor e medo.
Se quiser ajudar, é importante validar os sentimentos dela, informando-a de que ter esses pensamentos conflitantes é normal. Mas também é importante que você confirme que a violência não está bem e não é normal viver com medo de ser agredido fisicamente.
Razões pelas quais as vítimas permanecem numa situação de abuso
Pode ser difícil entender por que alguém de quem você gosta aparentemente escolheria permanecer num relacionamento abusivo ou doentio. Aqui estão algumas razões pelas quais não é fácil sair.
- Medo de danos se eles saírem;
- Eles ainda amam seu parceiro e acreditam que vão mudar;
- Seu parceiro prometeu mudar;
- Uma forte crença de que o casamento é “para o bem ou para o mal”;
- Pensando que o abuso é culpa deles;
- Ficar pelos filhos;
- Falta de autoconfiança;
- Medo de isolamento ou solidão;
- Pressão da família, comunidade ou igreja;
- Falta de meios (emprego, dinheiro, transporte) para sobreviver por conta própria.
Contactar Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
O serviço de informação, gratuito, funciona pelo telefone, 24 horas por dia para apoiar vítimas de violência doméstica através do número 800 202 148. É um serviço anónimo e confidencial.