Daniel Kelly, professor sénior de bioquímica na Universidade Sheffield Hallam. começa por referir que «em termos de problemas de saúde masculina, o cancro de próstata ocupa um lugar de destaque».
Como a próstata é um órgão reprodutivo cuja principal função é ajudar a produzir o sêmen – o fluido que transporta os espermatozoides na ejaculação -, os investigadores há muito tempo questionam o efeito dos fatores sexuais sobre o risco de cancro de próstata de um homem. «Especificamente, a ejaculação protege contra o risco de cancro de próstata, questiona.
«É interessante notar que há algumas evidências que apoiam essa ideia. Uma revisão recente que analisou todas as investigações médicas relevantes realizadas nos últimos 33 anos mostrou que sete dos 11 estudos relataram algum efeito benéfico da frequência da ejaculação sobre o risco de cancro de próstata», refere o especialista.
Embora os mecanismos não sejam completamente compreendidos, afirma, «esses estudos encaixam-se na ideia de que a ejaculação pode reduzir o cancro de próstata ao diminuir a concentração de toxinas e estruturas semelhantes a cristais que se podem acumular na próstata e potencialmente causar tumores».
«Da mesma forma, a ejaculação pode alterar a resposta imunológica na próstata, reduzindo a inflamação – um fator de risco conhecido para o desenvolvimento do cancro – ou aumentando a defesa imunológica contra as células tumorais», acrescenta, «alternativamente, ao reduzir a tensão psicológica, a ejaculação pode diminuir a atividade do sistema nervoso, o que evita que determinadas células da próstata se dividam muito rapidamente e aumentem a possibilidade de se tornarem cancerígenas».
Um estudo da Universidade de Harvard constatou que os homens que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 31% menor de desenvolver cancro de próstata em comparação com os homens que relatavam de quatro a sete ejaculações por mês ao longo da vida.