A escolha do sabor de cereja para medicamentos tem as suas origens nos tempos dos remédios fitoterápicos do século XIX.
Os profissionais tinham de utilizar sabores fortes para mascarar o sabor amargo das plantas medicinais que eram utilizadas nesses medicamentos.
Além disso, muitos remédios da época, incluindo os xaropes para tosse, continham ingredientes como ópio para proporcionar alívio. Assim, entre as opções disponíveis, o sabor de cereja disfarçava o gosto desagradável das ervas, mas também o dos opiáceos.
Essa associação da cereja com a cura criou uma tradição que perdurou ao longo dos anos. Mesmo com o aparecimento dos medicamentos sintéticos, a familiaridade com o sabor da cereja consolidou a sua presença nas prateleiras das farmácias. Apesar de não ser o sabor mais agradável, tornou-se um “mal necessário” para tornar os remédios mais aceitáveis para os doentes.
A eficácia do sabor de cereja em mascarar o gosto amargo dos medicamentos é uma das principais razões para a sua popularidade.
A cereja é particularmente eficaz porque possui compostos aromáticos que conseguem neutralizar e tapar o sabor amargo de muitos ingredientes ativos presentes nos medicamentos. Atualmente, outros sabores, como uva, laranja e tutti-frutti também são utilizados; no entanto, a cereja permanece como a escolha predominante.