De 14 a 21 de setembro, a cidade de Lisboa volta a ser palco do emblemático Desfile Internacional da Máscara Ibérica, que celebra a sua XVI edição. Este festival de cultura popular, um dos mais importantes da Península Ibérica, regressa à Baixa de Lisboa, onde decorreram as suas primeiras edições.
O evento abre no dia 14 de setembro às 21h30, com o espetáculo musical de entrada livre “Tradição Contemporânea”, que se realiza no auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona. Trata-se de um projeto nascido no município da Sertã, que reúne quatro artistas beirões de exceção: Miguel Calhaz (contrabaixo e voz), Marco Figueiredo (piano e voz), Idalina Gameiro (adufe e voz) e Patrícia Domingues (voz). Juntos, formam um quarteto que tem encantado plateias em todo o país e além-fronteiras, com interpretações contagiantes de temas do nosso cancioneiro popular, como o “Verde Minho” e a “Sr.ª do Almurtão”, bem como homenagens a grandes nomes da música portuguesa como Zeca Afonso e José Mário Branco. O espetáculo, que granjeou grande sucesso em Gijón, nas Astúrias, chega agora pela primeira vez a Lisboa para celebrar as nossas raízes culturais, re-imaginadas numa viagem sonora que navega entre o passado e o futuro.
No dia 19 de setembro, pelas 15 horas, será realizado o seminário “A Máscara está lá onde está o Homem” na sala José Araújo, também na Universidade Lusófona. O seminário contará com dois painéis: o primeiro, “O Homo Máscara da Pré-história à Contemporaneidade”, terá a participação dos professores Paulo Mendes Pinto e Carlos Carneiro. O segundo, intitulado “Os Novos Rituais”, será conduzido pelos professores José Fialho e Carlos Magno. Ambos os painéis serão moderados por Hélder Rui Ferreira, presidente da ADGTCP/Progestur, e incluirão momentos de debate com os oradores. A participante é gratuita, mas carece de inscrição através do email alexandragomespro@outlook.pt
O ponto alto do evento será o Desfile Internacional da Máscara Ibérica, que ocorrerá no dia 21 de setembro, a partir das 16h30, com partida da Praça do Município. Este ano, o desfile conta com a participação de 32 grupos, totalizando mais de 500 participantes provenientes de Portugal, Espanha, Grécia e Itália. Entre os grupos portugueses estarão os Caretos de Podence (Macedo de Cavaleiros), os Pauliteiros de Miranda do Douro e os Bugios e Mourisqueiros de Valongo, entre muitos outros. Dos grupos estrangeiros, destacam-se os Los Sidros y la Comedia de Valdesoto (Astúrias, Espanha), os Jarramplas (Piornal, Cáceres, Espanha), as Carantoñas de San Sebastián (Acehúche, Cáceres, Espanha), o Mazquate (Veneza, Itália), e o grupo Volakas/Drama (Grécia). A diversidade cultural que estes grupos representam é uma manifestação viva dos rituais ancestrais com máscara em diferentes regiões da Península Ibérica e Europa.
Este evento marca o regresso à capital após a pandemia, reunindo grupos e tradições que já participaram em edições anteriores e outros que fazem a sua estreia, num testemunho da riqueza do património cultural imaterial dos países representados, com destaque para Portugal.
Um momento especial desta edição será a participação dos utentes da associação CEDEMA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos. Estes participantes, em colaboração com técnicos da associação, criaram trajes e máscaras inspirados nos rituais de máscara, que irão exibir no desfile.