A síndrome de Peter Pan carateriza-se por comportamentos infantilizados, acompanhado por um receio muito grande em assumir responsabilidades ou compromissos. Existe uma grande dificuldade na perceção de si como um ser adulto e no assumir das responsabilidades inerentes à vida adulta. Ocorre quando a pessoa quer permanecer num papel tipicamente infantil, recusando-se a crescer. A síndrome de Peter Pan é mais frequente no sexo masculino, contudo, não é exclusivo. Algumas mulheres também revelam caraterísticas típicas desta síndrome.
Além disto, a sociedade atual e a forma como se têm vindo a desenvolver as práticas parentais parecem ter alguma associação com estes comportamentos. Cada vez mais as pessoas adiam as responsabilidades e os compromissos, existe uma grande dependência em relação aos pais, seja financeira, seja emocional.
Estes comportamentos imaturos e de desresponsabilização são muitas vezes reforçadas pelas pessoas que estão à volta. Começa numa fase inicial pelos pais, sobretudo pela mãe e mais adiante pode ser transferida para a companheira. Há efetivamente pessoas que gostam de cuidar e se sentem úteis e realizadas ao faze-lo, embora isto seja muitas vezes disfuncional e um mecanismo desadaptativo de busca de aprovação. Dadas as caraterísticas de personalidade é normal que pessoas com Síndrome de Peter Pan procurem aproximar-se e estabelecer relações com pessoas com um perfil mais cuidador. De igual modo, pessoas cuidadoras tendem a estabelecer relações afetivas com pessoas que lhes permitam cuidar.
Uma pessoa que mantém um comportamento infantil pode em alguns momentos ter piada, mas com a convivência, aqueles que estão à sua volta acabam por cansar-se. Além disto, ao não querer crescer, estas pessoas acabam por manter algumas caraterísticas típicas em crianças como por exemplo o egocentrismo e a imaturidade.
Costuma dizer-se que há em nós um eterno lado infantil, mas viver eternamente na infância pode trazer muitos danos à vida de uma pessoa. Ninguém consegue viver num mundo adulto e de responsabilidades, mantendo uma atitude infantil e imatura. Para muitas situações na nossa vida é preciso responsabilidade, maturidade e compromisso. Seria impossível viver-se uma adultez saudável mantendo essas caraterísticas infantis de forma permanente.
Qual a melhor forma de lidar com estas pessoas?