É a principal conclusão de um artigo publicado na revista Neurology . O risco de demência foi medido a partir de um grupo de 133.771 pessoas com idade média de 49 anos no início do estudo, que foram acompanhadas por até 43 anos. Do grupo inicial, 11.173 pessoas desenvolveram a doença.
Este novo estudo, que analisou a ingestão de carne vermelha a longo prazo, revela que os indivíduos que consomem grandes quantidades de carnes vermelhas têm maior probabilidade de desenvolver demência, doença que afeta cada vez mais a população.
O principal objetivo do estudo foi examinar a associação entre o consumo de carne vermelha e múltiplos resultados cognitivos. Na fase de observação, os investigadores avaliaram a dieta dos participantes através de um questionário alimentar realizado com frequência. A amostra incluiu 133.771 participantes livres de demência com a idade média de 49 anos no início do estudo. Desses, 11.173 indivíduos desenvolveram a doença.
Os resultados evidenciaram que os indivíduos que consumiam um elevado número de carne vermelha processada – inicialmente cerca de 100 gramas por semana – apresentavam um risco 13 por cento superior em desenvolver demência, em comparação com os participantes que tinham um consumo mais reduzido, isto é, de menos de três porções.
O estudo não estabelece uma relação direta de causa e efeito, uma vez que não foi encontrada uma associação significativa entre o consumo de carne vermelha e o risco de demência ou outros problemas relacionados com o declínio cognitivo.
No entanto, foi possível observar um aumento de 16 por cento no risco subjetivo do comprometimento cognitivo em pessoas que consumiam sete porções de carne por semana, em relação aos participantes que tinham um consumo menor.
Dong Wang, um dos autores do estudo do hospital Brigham and Women’s de Boston, explicou as razões para o risco associado ao consumo.
“Tem altos níveis de gordura saturada e, em anteriores estudos, demonstrou aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, ambos relacionados a problemas de saúde cerebral”, citado no jornal espanhol El País.