Ontem a antiga campeã Rosa Mota foi internada de urgência numa unidade hospitalar da cidade do Porto, onde reside. Depois de submetida a uma cirurgia planeada, Rosa Mota está nos cuidados intermédios. Desde a Corrida de São Silvestre, que aconteceu em meados do passado mês de dezembro,que a atleta se encontrava com alguns problemas de saúde.
De acordo com o Sapo Desporto, «Rosa Mota sentiu-se mal nessa corrida com dores abdominais, tendo-lhe sido, na altura, diagnosticado um aneurisma abdominal».
Falámos com Sérgio Silva, Cirurgião Vascular, que nos explicou em que consiste a condição que levou Rosa Mota á mesa de operações. «Um aneurisma da aorta é uma dilatação permanente da aorta, a maior artéria do nosso organismo», começa por referir o especialista.
«Esta dilatação pode ocorrer no tórax, mas é mais frequente no abdómen», explica, «é mais frequente nos homens (1,5 a 3% dos homens, entre os 65 e os 75 anos) e a sua prevalência aumenta com a idade».
Questionado sobre quais os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento, Sérgio Silva assinala o facto de ser do sexo masculino, a genética, o tabagismo e a hipertensão arterial».
«Habitualmente desenvolve-se de forma silenciosa o que leva a que uma proporção significativa de doentes afetados sofre a complicação de rotura, o que provoca uma grave hemorragia e pode ser fatal em até 80% dos casos», esclarece o especialista.
De acordo com o especialista, «a prevenção da rotura é possível se a doença for identificada e tratada precocemente sendo a cessação tabágica e controlo da hipertensão arterial medidas preventivas relevantes».
Em casos de doença mais avançada, «com risco de rotura mais elevado, pode ser necessário um tratamento cirúrgico, com substituição da aorta por uma prótese por cirurgia aberta ou por cateterismo (cirurgia endovascular)», esclarece o cirurgião.
Relativamente ao rastreio e diagnóstico, «este é facilmente realizado por ecografia abdominal e deve ser realizado de forma sistemática à população em risco – homens com mais de 65 anos, fumadores, com hipertensão e história de familiares com a doença», conclui Sérgio Silva.
As últimas informações dão conta que Rosa Mota já se encontra nos cuidados intermédios, podendo ter alta daqui a quatro dias.