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Opinião: «Dia dos namorados e a o flagelo da violência no namoro », Catarina Lucas, psicóloga/sexóloga

14 Fevereiro 2025
Catarina Lucas, psicóloga/sexóloga e diretora clínica do Centro Catarina Lucas

Artigo de opinião de Catarina Lucas, psicóloga/sexóloga e diretora clínica do Centro Catarina Lucas

Até há muito pouco tempo, a violência na intimidade era considerada um assunto privado, tanto pela sociedade, como pela justiça ou pelos governos, mas felizmente, hoje em dia, cada vez mais se fala na violência doméstica e da violência contra as mulheres, mas é igualmente importante, ou até mais, que se sensibilize para a violência entre jovens numa fase de namoro.

 

A violência pode tomar várias formas: tanto pode ser física, psicológica, emocional, verbal, económica e/ou sexual. O objetivo da pessoa que agride é sempre o de controlar, isolar, tornar o outro frágil e inseguro.

 

Numa fase em que a autoestima e personalidade dos jovens se encontra em construção e formação, a vivência de relacionamentos interpessoais saudáveis é um fator de extrema importância. A gravidade da ocorrência de violência entre pares e, especialmente, na relação de namoro, estende-se até à idade adulta com danos significativos ao nível emocional e dificuldades no estabelecimento de relações afetivas, bem como no reconhecimento dos limites dentro dessas mesmas relações.

 

O medo da rejeição é enorme e esta é uma fase em que uma rejeição tem um impacto avassalador para os jovens. É por isso comum que o jovem fique refém desse medo e desse suposto sentimento. Comportamentos de controlo e ciúme passam a ser considerados normais e demonstrativos de afeto, o que apenas vai alimentando a escalada de violência.

 

É, por isso, importante que se comece por compreender o que é a violência no namoro e como se manifesta. Esta acontece quando, no contexto das relações de namoro, um dos parceiros, ou até mesmo os dois, recorre à violência com o objetivo de marcar a sua posição como um lugar de dominância, poder e controlo.

 

Os pais, muitas vezes colocados em segundo plano pelos jovens nesta fase, têm um papel fundamental na deteção da situação e no apoio ao jovem. Mesmo que a adolescência seja uma fase difícil na relação entre pais e filhos, estes continuam a ser o porto seguro dos filhos, aqueles com quem eles sabem que podem contar e que tudo farão para os proteger.

 

Mas, a que devem os pais estar atentos nas relações amorosas dos seus filhos? Quais os comportamentos de risco e sinais de alerta?

 

Educar os nossos filhos a identificar os sinais de alerta, e que estas pessoas violentas e tóxicas nas relações existem, não é uma solução infalível. Não vai acabar com notícias de violência no namoro porque a origem do problema é única e exclusivamente a pessoa violenta e tóxica, e estas terão que precisar de outra abordagem e acompanhamento profissional, mas é nosso papel educacional fornecer no melhor possível as bases para identificarem dinâmicas relacionais vulneráveis na casa ao lado, no trabalho, nas amizades, na escola e na própria casa.

 

A violência nas relações amorosas na adolescência surge quando os/as rapazes/raparigas pensam que:

– Têm o direito de decidir determinadas coisas pela/o namorada/o:

– O respeito se impõe;

– Ser masculino é ser agressivo e usar a força

– As crises de ciúme e o sentimento de posse do namorado/a significam amor;

– São responsáveis pelos problemas da relação;

– Não podem recusar ter relações sexuais quando ele/ela deseja.

 

O seu filho/a estará a viver uma relação violenta quando o/a namorado/a:

– Belisca, empurra, arranha, dá ordens ou toma todas as decisões;

– Não valoriza as suas opiniões, é ciumento/a e possessivo/a;

– Não quer que saia com os amigos e controla todos os seus movimentos;

– O/a humilha à frente dos amigos e culpa-o/a pelos comportamentos violentos dele/a,

– Tem medo da reação dele/a.

 

Sinais de alerta:

– Perda de apetite e emagrecimento excessivo;

– Dores de cabeça;

– Nódoas negras;

– Queimaduras (ácido, pontas de cigarro);

– Nervosismo;

– Tristeza;

– Ansiedade;

– Sentimentos de culpa;

– Baixa autoestima;

– Confusão;

– Depressão;

– Isolamento;

– Gravidez indesejada;

– Doenças sexualmente transmissíveis;

– Baixa dos rendimentos escolares ou abandono escolar;

– Ideação do suicídio.

 

Como poderão os pais ajudar os filhos?

Os pais são o grande pilar dos filhos e devem transmitir-lhes segurança, garantido que os amarão incondicionalmente e que são as pessoas em quem mais poderão confiar. Faça a ponte com a escola e amigos, garantindo que, também os professores e amigos estarão atentos.

 

Não critique o seu filho, não seja autoritário, pois só promoverá o distanciamento e a dependência face ao agressor.

 

É importante que os pais transmitam aos seus filhos que têm o direito a:

  1. Não ter namorado/a;
  2. Expressar as suas ideias;
  3. Expressar os seus sentimentos, mesmo sendo negativos;
  4. Escolher o seu trabalho, amigos ou religião;
  5. Viver sem medo;
  6. Ter tempo para si;
  7. Gastar o seu dinheiro como entender;
  8. Ser apoiada/o pela sua família e amigas/os;
  9. Ser ouvida/o pelas suas amigas e amigos, bem como familiares;
  10. Escolher as suas/seus amigas e amigos;
  11. Expressar as suas convicções, competências e talentos;
  12. Decidir se quer participar em atos sexuais.

 

Como vimos, os sinais nas relações tóxicas e violentas são variados: birras com teor obviamente violento, chantagens emocionais, ultimatos, controlo das ações e da vida do outro, entre mais exemplos, são tudo sinais de alerta, sinais de perigo, que podem e devem ser assinalados. Se educamos os filhos para o perigo óbvio de correr com uma tesoura também devemos educar para o perigo nas relações do nosso filho ou filha com alguém claramente controladora ou violenta.

 

Pessoas violentas e tóxicas nas relações estão por todo o lado, podem ser nossos vizinhos, nossos patrões, nossos familiares ou nossos companheiros. Como referi no início, a notícia não se passou em Portugal, mas é irrelevante. Em todo o lado há quem procure compensar uma inferioridade com o medo que causa nos outros, e há quem precise tanto disse que procure manter um refém numa relação de medo.

 

É urgente atuar na violência nas relações de intimidade desde cedo e só a sensibilização e educação para as relações ajudará os jovens a prevenir situações de agressividade ou a libertarem-se delas. É urgente mostrar aos adolescentes que gostar de alguém não é fazer sofrer.

 

 

 

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