Esta é uma doença crónica e incapacitante, que afeta cerca de 350 mil mulheres, uma em cada 10 em idade reprodutiva.
A endometriose é uma condição devastadora marcada por dois aspetos cruéis: a dor crónica, que pode ser incapacitante, ao ponto de impedir a mulher de trabalhar, e o risco de infertilidade, que ameaça o sonho da maternidade. O diagnóstico deve ser, por isso, atempado e exige um acompanhamento médico integrado, para tratar a dor física e emocional e, ao mesmo tempo, não destruir sonhos, como o de ter uma família.
A necessidade de cuidados diferenciados
Apesar de terem sido alcançadas algumas conquistas, como a justificação de faltas para quem sofre de endometriose, muitas mulheres continuam a enfrentar dificuldades no acesso a cuidados de saúde integrados. Susana Fonseca, presidente da MulherEndo – Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, defende um “acompanhamento digno e adequado nos hospitais, com uma equipa multidisciplinar que integre especialistas em nutrição, psicologia, fisioterapia do pavimento pélvico, entre outras valências, para controlar sintomas e devolver qualidade de vida às mulheres”.
A importância de um diagnóstico precoce e de um plano de tratamento personalizado. O diagnóstico muitas vezes é tardio, podendo ultrapassar os 10 anos. Durante esse tempo, a mulher enfrenta dores severas e um impacto emocional profundo.
A endometriose não tem cura, mas pode ser tratada, para melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a progressão da doença e preservar a fertilidade. As opções incluem desde terapias hormonais até intervenções cirúrgicas complexas, como a laparoscopia para remoção de lesões endometriais. Nos casos em que se verifica dificuldade para engravidar, o recurso a técnicas de procriação medicamente assistida torna-se numa alternativa eficaz. Para isso, é fundamental diagnosticar a doença o mais cedo possível, uma vez que a idade da mulher é um fator determinante para uma gravidez, com ou sem ajuda médica.
A dor não deve ser normalizada
Dor menstrual, dor na relação sexual, dor ao evacuar ou ao urinar são os principais sintomas da endometriose, mas podem existir outras dores associadas, como a abdominal ou torácica. Cada doente apresenta sintomas diferentes e níveis distintos de dor. Esta dor pode estar relacionada ou não com a menstruação, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se o tecido endometrial invadir o intestino ou a bexiga.
Estas dores não devem ser normalizadas. Dores menstruais lancinantes não são normais. Esta normalização da dor, associada ao facto de estas mesmas dores se poderem manifestar noutras zonas do corpo, explicam que haja um atraso enorme no correto diagnóstico.
Calendário da Marcha
29 de Março – Sábado
Parque das Nações, Junto ao Pavilhão de Portugal
Levantamento de Kits de oferta: 11h00 às 14h00 – Tenda da MulherEndo
14h00 – Início dos discursos no palco
15h00 – Início da marcha
16h00 – Fim da marcha junto ao palco
16h30 – Encerramento