Globalmente, a humanidade produz mais comida do que nunca, mas esta produção está concentrada numa série de “celeiros” agrícolas. No entanto, nem as terras agrícolas mais férteis, como as da América do Norte, escaparão ao impacto das alterações climáticas.
Segundo um estudo divulgado pela Vox e publicado na revista Nature, seis culturas fundamentais, milho, trigo, arroz, mandioca, sorgo e soja, poderão sofrer uma redução média de 11,2% na produtividade até 2100, mesmo com esforços de adaptação dos agricultores.
As maiores quebras estão a ocorrer nas regiões mais produtivas, como o Midwest americano, que beneficiam de solos férteis e climas ideais para culturas essenciais. O estudo destaca ainda que eventos climáticos extremos já prejudicaram colheitas este ano, como as inundações que destruíram arroz no Tajiquistão, pepinos em Espanha e bananas na Austrália.
Apesar dos esforços para ajustar práticas agrícolas, testando variedades resistentes, alterando épocas de semeadura e investindo em infraestruturas hídricas, a produção global enfrentará perdas severas, com uma diminuição estimada de 120 calorias por pessoa por dia para cada grau Celsius de aquecimento.
Contudo, há exceções. Países com climas mais frios, como a Rússia e o Canadá, poderão ver as suas colheitas aumentarem com o aquecimento, abrindo uma nova dinâmica global na produção alimentar.
À medida que o planeta aquece, a segurança alimentar enfrenta desafios inéditos, exigindo inovação, investimento e adaptação para garantir a subsistência da crescente população mundial.