Depois dos 50, a sexualidade muda — mas continua relevante. Saiba o que acontece no corpo, como lidar com os sintomas da menopausa e que estratégias podem tornar a intimidade mais confortável e ligada emocionalmente.
Durante a perimenopausa e menopausa, a descida dos níveis de estrogénio provoca alterações nos tecidos vaginais — reduzindo a lubrificação natural, alterando o pH e tornando a zona íntima mais vulnerável a irritações, infeções e dor durante o ato sexual (síndrome geniturinário da menopausa, GSM). Estes sintomas afetam até cerca de **50% das mulheres na pós-menopausa**, segundo a Harvard Health .
Um estudo recente publicado na revista (ePub) da Sociedade de Menopausa (Menopause, da NAMS) confirmou que a lubrificação vaginal diminui significativamente nesta fase e que os sintomas persistem na maioria dos casos sem tratamento adequado. A revisão sistemática publicada no Journal Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia reuniu dados de 55 ensaios clínicos e concluiu que lubrificantes, hidratantes e terapias hormonais locais são eficazes na redução da dispareunia e na melhoria da função sexual.
O que muda no corpo
- A mucosa vaginal torna-se mais fina e menos elástica, resultando em secura e desconforto durante o sexo.
- Há menor produção de muco cervical — contribuindo para a sensação de secura — o que foi documentado por diversas pesquisas sobre GSM .
- Consequências emocionais incluem ansiedade, diminuição do desejo, perda de autoestima e tensão na relação, conforme relatado pela North American Menopause Society.
Tratamentos disponíveis
- Lubrificantes e hidratantes vaginais: opções sem hormonas que alivi sentimentos de dor e secura durante a relação sexual (eficazes em estudos clínicos) .
- Terapia hormonal local: cremes, supositórios ou anéis de estrogénio aplicados diretamente na vagina podem regenerar os tecidos e melhorar lubrificação com efeitos sistémicos mínimos.
- Terapias inovadoras: o laser íntimo ou radiofrequência fracionada são opções emergentes que mostram boa tolerância e resultados na elasticidade vaginal.
Como viver melhor a intimidade
- Comunicação aberta: conversar sobre expectativas, necessidades e limites.
- Toque e carinho: redescobrir a intimidade emocional com gestos mais suaves, beijos e proximidade.
- Atividade sexual regular: estudos recentes indicam que o sexo frequente pode reduzir dor e secura.
- Sessões de dança ou pilates pélvico: ajudam a melhorar circulação e estímulo na região íntima.
- Acompanhamento médico: avaliação ginecológica para escolha de tratamento conforme necessidades individuais.
Em suma: a sexualidade após os 50 não termina — transforma-se. Com conhecimento, diálogo e as ferramentas adequadas, pode ser uma fase de redescoberta, prazer e intimidade mais consciente.