A história da música popular está repleta de artistas que conseguiram alcançar a fama mundial graças a uma única canção. Estes são os chamados one-hit wonders, músicos que, mesmo sem uma carreira consistente de sucessos, deixaram a sua marca em gerações. O curioso é que, apesar de muitas vezes desaparecerem rapidamente das tabelas, conseguiram criar músicas que permanecem vivas na memória coletiva. Para quem viveu intensamente as décadas de 80 e 90, estas canções são mais do que hits: são verdadeiros retratos de uma época.
Segundo a Rolling Stone, este fenómeno não é apenas casualidade. Muitas vezes, resulta de uma combinação de fatores: uma melodia cativante, um refrão fácil de decorar, uma coreografia marcante ou até um videoclipe inovador. Tudo contribui para que aquela música, mesmo que isolada, ultrapasse fronteiras e se torne parte da cultura popular.
Exemplos que ficaram para a história
É impossível falar de bandas de um só êxito sem recordar alguns clássicos que atravessaram gerações. Um dos casos mais emblemáticos é o dos espanhóis Los del Río, cujo tema “Macarena” (1993) se transformou numa dança global que ainda hoje ecoa em festas e casamentos. Outro exemplo é a banda alemã Nena, com “99 Luftballons” (1983), uma canção com mensagem pacifista que se tornou hino dos anos 80.
No universo mais pop, o grupo britânico Right Said Fred conquistou as rádios com “I’m Too Sexy” (1991), uma sátira que brincava com a vaidade da indústria da moda. Já o rapper Vanilla Ice entrou para a história com “Ice Ice Baby” (1990), o primeiro tema de rap a atingir o topo das tabelas nos Estados Unidos, mas não conseguiu repetir o feito. Curiosamente, muitas vezes incluem-se nestas listas artistas como os noruegueses A-ha com “Take on Me” (1985). Embora a banda tenha lançado outros álbuns de sucesso na Europa, para o grande público ficou quase sempre associada a este tema e ao seu videoclipe inovador.
Porque a fama durou tão pouco
O êxito fugaz de muitas destas bandas explica-se por vários fatores. Algumas não conseguiram adaptar-se às mudanças rápidas da indústria musical. Outras viveram do impacto de um videoclipe criativo ou de uma moda passageira, difícil de repetir. Há ainda os casos em que o marketing inicial foi tão forte que qualquer tentativa seguinte parecia sempre aquém das expectativas.
A verdade é que nem sempre o talento garante longevidade. Muitas destas bandas eram formadas por músicos competentes, mas faltava-lhes consistência artística ou apoio de editoras para consolidar a carreira. No entanto, mesmo sem seguimento, a canção que lançaram continua a ser revisitada e valorizada.
Um legado maior do que a discografia
Ser um one-hit wonder não significa fracasso. Pelo contrário, mostra que, por vezes, basta uma única canção para entrar na história e ficar na memória coletiva. Quem não se recorda imediatamente da coreografia da “Macarena” ou do refrão inconfundível de “I’m Too Sexy”? São músicas que despertam sorrisos e nostalgia, transportando-nos para momentos concretos das nossas vidas.
Hoje, com as plataformas de streaming, é fácil revisitar estes clássicos e redescobrir outros exemplos que marcaram a cultura pop. Muitas rádios e playlists dedicam espaço a compilações de one-hit wonders, provando que o interesse por estas músicas continua vivo.
Como aproveitar estas memórias musicais
Reouvir estas canções é também uma oportunidade de partilha. Em convívios familiares ou encontros entre amigos, recordar os êxitos de curta duração pode ser motivo de conversa e de diversão. Para os mais jovens, é uma forma de conhecer músicas que marcaram gerações anteriores e que, apesar do tempo, mantêm a sua frescura e energia.
No fundo, estas bandas provam que a música não se mede apenas pela quantidade de álbuns ou pelo número de anos no ativo. Por vezes, uma única canção basta para garantir um lugar eterno na memória popular.