Sim e não.
A conjugação do fruto melancia com vinho é um mito conhecido de todos, dizendo-se que “encortiça” no estômago. Não é verdade que tal aconteça dessa forma, porém, ocorre de facto uma reação de endurecimento do fruto se fizermos a experiência: coloque numa taça de vinho uns pedaços de melancia e verá que passado algum tempo estes estarão mais duros, devido a uma reação química.
Contudo, o nosso estômago não é aquela taça, desde logo com um pH e tempos de digestão singulares, é provável que não haja condições química nem tempo para se dar uma reação igual. Ainda assim, desencoraja-se a mistura de “grandes” quantidades de melancia a vinho, já que a melancia é um alimento que enche depressa, devido ao elevado teor de água e, a seguir a uma refeição, pode deixar a sensação de enfartamento e indigestão, com ou sem vinho, ainda que na presença de vinho, a permanência da melancia no estômago por muito tempo pode resultar numa reação parecida à da taça que levará, inevitavelmente, à indução do vómito. É muito provável que seja daqui que nasceu o tal mito de que a “melancia encortiça com vinho”, em tempos antigos em que se devoraram grandes quantidades deste fruta pelas tardes quentes, junto com um refrescante vinho, levando a que muitas pessoas se sentissem mal com esta combinação de porções exageradas.
Em suma, pode comer melancia no final de uma refeição em que bebeu vinho, desde que com moderação de ambos. No entanto, se sofre de má digestão, será boa ideia evitar mesmo a combinação de poucas quantidades. Relembramos que a melancia é um fruto singular em ação diurética, devido ao seu elevado teor em água e minerais como o potássio, que ajudam na circulação, eliminação de líquidos e controlo da pressão arterial.