Cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo veem na primavera a altura do ano mais incomodativa, pois além do aumento das temperaturas, os dias ficam mais longos e a vida botânica volta a ganhar mais vida e o ar fica congestionado com o pólen de diversas árvores, plantas e ervas daninhas. Para os alérgicos, as análises de DNA que revelam o tipo de pólen podem conter uma informação mais importante que a contagem total de alergénios.
Com efeito, até o momento, as previsões de pólen foram baseadas na contagem do número total de grãos de pólen de árvores, ervas daninhas e plantas no ar. No entanto, as pessoas sofrem de reações alérgicas a diferentes tipos de pólen. O pólen das plantas gramíneas – a que pertencem o trigo, o arroz e semelhantes -, por exemplo, é o alergénico transportado pelo ar mais prejudicial e a que mais pessoas são alérgicas.
Os microscópios são usados para identificar o pólen de muitas árvores e ervas daninhas, mas isso não é possível com o pólen das plantas gramíneas. Isto porque todos os grãos de pólen das plantas gramíneas têm uma aparência muito semelhante sob o microscópio.
Contudo, um estudo científico verificou que a composição do pólen no ar se assemelha a uma progressão sazonal da diversidade, com um florescimento precoce, médio e tardio das gramíneas. A combinação de informações de outros estudos revelou que à medida que a época de floração avança, alguns tipos de pólen das gramíneas desaparecem.
Mais do que para conhecimento científico das plantas, esta informação é importante porque sugere que alguns dos medicamentos de venda livre para combater as alergias podem não ter os efeitos desejados consoante o tipo de pólen a que a pessoa é alérgica. O estudo fala ainda da possibilidade de que quando os sintomas são mais graves, «estes podem se dever ao tipo de pólen de gramíneas no ar e não apenas à quantidade».