Composta maioritariamente por autoras britânicas, a lista de 16 nomeadas para a edição de 2025 do prémio conta com 11 escritoras do Reino Unido, numa mescla de autoras novas e consagradas, “com seis estreias brilhantes no campo da não-ficção”, segundo o anúncio da organização.
A lista inclui ainda uma advogada de direitos humanos, uma bióloga marinha e uma médica de cuidados paliativos do Serviço Nacional de Saúde, entre outras autoras provenientes de um vasto leque de esferas profissionais e de conhecimentos especializados, que abordam temas de geopolítica, arte, música, história natural, crimes reais, direito, ciência, medicina e história.
“Variando em temas, estilos e géneros, os leitores encontrarão reportagens que definem a agenda sobre questões contemporâneas, ao lado de histórias revisionistas e biografias que desmistificam figuras conhecidas; memórias de autodeterminação e narrativas íntimas que destacam pessoas comuns, combinadas com casos de crimes reais, tanto notórios quanto esquecidos”, revela a organização, no ‘site’, acrescentando que alguns dos livros “desafiam a classificação de género, entrelaçando múltiplas disciplinas numa narrativa envolvente”.
Entre os candidatos ao prémio está a cantora, compositora, e rapper de origem sueca Neneh Cherry, com “A Thousand Threads”, um livro de memórias que partilha uma visão interna da sua carreira e das suas viagens pelo mundo numa vida de amor e música.
Outra das nomeadas é a jornalista, ativista, economista e política britânico-chinesa Yuan Yang, que no ano passado foi eleita membro do parlamento britânico pelo Partido Trabalhista, que concorre com a obra “Private Revolutions: Coming of Age in a New China”, sobre o amadurecimento de quatro mulheres nascidas na China nas décadas de 1980 e 1990, numa sociedade prestes a mudar de forma irreconhecível.
Anne Applebaum, um dos nomes consagrados da lista, é uma escritora, historiadora e jornalista norte-americana, que escreve principalmente sobre o comunismo e o desenvolvimento da sociedade civil na Europa Oriental e Central, que concorre com “Autocracy, Inc.: The Dictators Who Want to Run the World”, um relato alarmante sobre como as autocracias trabalham em conjunto para minar o mundo democrático e como as populações se devem organizar para as derrotar.
Outras nomeadas são Eleanor Barraclough, com “Embers of the Hands: Hidden Histories of the Viking Age”, Helen Castor, com “The Eagle and the Hart: The Tragedy of Richard II and Henry IV”, Rachel Clarke, com “The Story of a Heart”, Chloe Dalton, com “Raising Hare”, Jenni Fagan, com “Ootlin”, e Lulu Miller, com “Why Fish Don’t Exist: A Story of Loss, Love and the Hidden Order of Life”.
A terminar a lista de nomeadas, contam-se Clare Mulley, que assina “Agent Zo: The Untold Story of Fearless WW2 Resistance Fighter Elżbieta Zawacka”, Rebecca Nagle, autora de “By the Fire We Carry: The Generations-Long Fight for Justice on Native Land”, Sue Prideaux, que concorre com “Wild Thing: A Life of Paul Gauguin”, Helen Scales, com “What the Wild Sea Can Be: The Future of the World’s Ocean”, Kate Summerscale, com “The Peepshow: The Murders at 10 Rillington Place”, Harriet Wistrich, com “Sister in Law: Fighting for Justice in a System Designed by Men”, e Alexis Wright, com “Tracker”.
“O que une esses títulos tão diversos, que abrangem tantas disciplinas e géneros diferentes, é a qualidade da escrita, a originalidade da narrativa e a profundidade da pesquisa. Aqui estão livros que provocam debate e discussão, que oferecem visões sobre novas experiências e perspetivas, e que trazem de volta à vida e ao reconhecimento histórias esquecidas”, afirmou a presidente do júri.
Kavita Puri acrescentou ainda que entre esta lista “brilhante”, há também obras que guiam o leitor “com maestria pelos temas mais urgentes do nosso tempo, mostram a resiliência do espírito humano e elucidam os perigos do poder descontrolado, as consequências da opressão e a necessidade de ação e resistência”.
O painel de cinco jurados – que além de Kavita Puri, inclui Leah Broad, Elizabeth Buchan, Elizabeth-Jane Burnett e Emma Gannon – reduzirá a lista a uma seleção de seis finalistas, que será anunciada no dia 26 de março.
O vencedor será revelado no dia 02 de junho, juntamente com a obra ganhadora do Women’s Prize for fiction.
O prémio literário Women’s Prize for Non-Fiction é um prémio para obras de não-ficção escritas por mulheres, um “prémio irmão” do Women’s Prize for Fiction, que foi anunciado em fevereiro de 2023 e atribuído pela primeira vez no ano passado.
O prémio principal tem o valor de 30.000 libras (cerca de 35 mil euors) e será financiado pelo Charlotte Aitken Trust, um fundo criado pelo agente literário Gillon Aitken (1938-2016) em nome da sua única filha, Charlotte, que morreu em 2011, com 27 anos.
No ano passado, a vencedora do Women’s Prize for Non-Fiction foi a ensaísta e ativista canadiana Naomi Klein, com “Doppelganger: A Trip into the Mirror World”.
AL // MAG
Lusa/Fim