As suas crianças passam horas a olhar para dispositivos eletrónicos? Conheça os riscos associados a este comportamento

Um novo estudo afirma que as crianças passam cerca de metade do tempo das visitas aos seus avós ocupados a olhar para écrans e dispositivos móveis.

Pode ser extremamente difícil para um avô ou avó saber dizer não. É verdade, gostamos de aproveitar o limitado tempo que passamos com os nossos netos de uma forma positiva e divertida. Evitamos ter que assumir um comportamento disciplinador. Nos últimos tempos isso parece significar que as crianças acabam por passar cada vez mais tempo ocupados simplesmente a ver televisão, jogar no computador ou a olhar para o telemóvel.

De facto, um recente relatório da Rutgers University, que questionou mais de 350 avós de netos entre os 2-7 anos em Israel, concluiu que estas crianças passam cerca de metade do tempo em que deveriam estar a conviver com os seus avós, simplesmente isolados e entretidos com os seus dispositivos móveis eletrónicos. O tempo que passam a olhar para écrans parece aumentar com a idade, sendo os miúdos do sexo masculino com 6-7 anos aqueles que apresentam mais horas dedicadas aos dispositivos.

O tempo que as crianças passam a olhar para écrans é um tópico que preocupa muitos investigadores e especialistas de saúde. Os dados parecem indicar que existe uma ligação direta entre o excesso de tempo dedicado a dispositivos eletrónicos e uma série de problemas médicos associados a um decréscimo da atividade física e a um maior sedentarismo.

Esta situação afeta negativamente a condição física das crianças, assim como o seu desenvolvimento cognitivo. Razões mais do que suficientes para que em 2019 um estudo da University of Calgary ter concluído que o tempo excessivo passado a olhar para écrans é um impedimento para o correto desenvolvimento de uma criança.

As recomendações da Organização Mundial de Saúde são também claras. As crianças com menos de 5 anos não devem em nenhuma circunstância passar mais de uma hora a olhar para écrans, sem qualquer atividade física associada. A OMS afirma igualmente que cerca de 80% dos adolescentes não são suficientemente ativos e que esse comportamento deve ser assim corrigido enquanto são ainda crianças.

É certo que é difícil para muitos pais e avós controlar o tempo que os mais novos passam a olhar para écrans. No entanto a evidência científica é clara, assim como o são os danos prejudiciais para o desenvolvimento associados a este comportamento e estilo de vida sedentário.

Assim talvez valha realmente a pena começar a definir regras mais rígidas e consistentes, procurando em alternativa estimular ao máximo as atividades físicas e o tempo de convívio que os mais novos passam com os seus familiares.

Afinal nenhum dispositivo móvel se pode comparar ao valor que o amor de um avô pode oferecer a um neto, certo?

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