Deco e Google propõem Net&Siga.pt para os maiores de 50 se sentirem à vontade online

No Dia Internacional da Internet Segura que hoje se assinala, este projeto é dirigido sobretudo a pessoas com mais de 50 anos com graus de iliteracia digital que os levem a ser mais facilmente vítimas de fraudes online.

Hoje é o Dia Internacional da Internet Segura e há quem tenha tirado novas ilações acerca do comportamento dos consumidores na Internet, construindo um projeto dedicado a aumentar os níveis de literacia digital e a segurança da sua navegação. Esse é o caso do Net&Siga.pt, resultado da colaboração entre Deco e Google, que vai aconselhar sobretudo os maiores de 50 anos nos seus movimentos online e permitir-lhes ultrapassar sem receios uma série de obstáculos que a rede digital, por vezes, estende aos menos avisados.

“Quisemos olhar para esta nova forma de comunicar, de comprar, de interagir e perceber se os problemas que identificávamos no passado tinham sido acautelados e se, de alguma forma, tínhamos aqui novos problemas. E infelizmente percebemos que a iliteracia digital continua a ser aqui uma espinha muito decisiva para que se tire todo o partido da Internet”, admite Tito Rodrigues (relações institucionais da Deco).

A partir de um olhar dirigido a “quatro grandes áreas, quatro pilares da interação com o mundo digital – segurança online, redes sociais, compras online/home banking e cidadania digital/serviços do estado  -, a ideia é “dotar os consumidores que não viveram com Internet na fase da sua juventude de informação e conselhos para que tirem o máximo partido da rede”.

Para Helena Martins (Public Policy Manager da Google), uma das motivações que contribuíram para a construção do projeto foi o facto de notarem que “os programas de literacia digital existentes em Portugal eram muito voltados para o público jovem ou jovem adulto e muito pouco para pessoas acima dos 50 anos. Existia, portanto, uma oportunidade para ajudar e acelerar a transição digital dessa camada da população e o facto de ser um público que não estava bem servido, proporcionando-lhe informação sobre a melhor forma de utilizar a Internet, foi outro fator de motivação para nós”.

Sabendo que, no verão do ano passado, o número de fraudes via online aumentara 250%, os registos mais recentes, relativos ao mês de janeiro, mostram a entrada na Deco de “mais de 16 queixas por dia sobre compras online, num total de 521”, ou seja, “mais quatro por dia, em média, do que há um ano, antes de decretado o primeiro estado de emergência”. Helena Martins assinala ainda “uma diferença de comportamentos das pessoas mal intencionadas, usando métodos diferentes para tentar enganar as pessoas” e salienta a necessidade de, apesar de “todo o investimento feito pela Google na área de segurança e privacidade”, se contar com “utilizadores conscientes que saibam questionar, tendo ferramentas para isso, e-mails ou outros elementos duvidosos que lhes cheguem”.

Veja aqui na íntegra a conversa com Tito Rodrigues e Helena Martins.

 

Entretanto, para evitar burlas, a Deco recomenda aquilo que considera serem “7 regras essenciais:

  1. Seja por e-mail, WhatsApp ou sms, apagar sempre mensagens escritas com erros ortográficos ou gramaticais.
  2. Desconfiar de mensagens escritas noutros idiomas, sobretudo vindas de organismos oficiais. Estes comunicam sempre em português de Portugal.
  3. Nunca clicar no link enviado. É preferível copiá-lo e colá-lo na caixa de pesquisas do Google para encontrar informação sobre o eventual esquema.
  4. Desconfiar sempre de curas ou soluções milagrosas. Provavelmente é fraude.
  5. Confiar apenas em comunicações de organismos oficiais, como a Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde.
  6. A oferta de bens de primeira necessidade, como máscaras, gel desinfetante ou até papel higiénico, costuma ser esquema fraudulento.
  7. Os endereços que remetem para formulários de levantamento de dados pessoais também são de suspeitar. Pode ser um esquema para recolher dados que permitirão aceder às credenciais de acesso ao e-mail ou ao homebanking”.
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