A propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala hoje, o cardiologista Carlos Aguiar alerta para as complicações nem sempre tidas em conta pelos doentes e partilha a preocupação de uma possível subida da mortalidade por doenças cardiovasculares.
O antigo conselheiro da sociedade europeia de cardiologia chamou a atenção para «a relação entre doenças cardiovasculares e diabetes», que é, do ponto de vista da saúde pública, «preocupante e perigosíssima».
Assim, apesar de o médico reconhecer que «a mortalidade por doenças cardiovasculares tem vindo a diminuir, o que mostra os benefícios do controlo dos fatores de risco», não ignora o facto de haver «um aumento da prevalência da obesidade, que é um caminho para a diabetes do tipo 2».
Com efeito, o endocrinologista, Jácome de Castro, atesta que «as doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de mais de 50 por cento dos doentes com diabetes».
Evitar preconceitos da diabetes
Segundo Jácome de Castro, em Portugal, cerca de 30 por cento dos doentes com diabetes não estão diagnosticados. «Isto quer dizer que as pessoas vão vivendo sem saber que têm a doença e esse tempo em que estão sujeitas a valores altos de açúcar vai destruindo o seu organismo», avisou o endocrinologista.
Carlos Aguiar reforça a ideia de que a diabetes está muito associada a «comer doces», mas avisa que uma doença cardiovascular, ainda mais a sofrer de diabetes, é uma combinação «realmente perigosa», que vai roubar muitos anos de vida.
O melhor mesmo é conseguir fazer-se um diagnóstico que permita precaver as complicações associadas à diabetes, entre as quais as cardiovasculares. À importância da prevenção das doenças, junta-se o cumprimento da medicação no posterior tratamento.