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Entrevista a Isabel Stilwell: “Gostava de ser lembrada como uma avó capaz de surpreender e que estava sempre disponível”

30 Dezembro 2019
Forever Young

Enquanto prepara o seu novo livro sobre uma personalidade histórica que ainda não pretende revelar, Isabel Stilwell falou com a Forever Young sobre a sua obra e como o jornalismo a ajuda a investigar a vida das nossas rainhas passadas.

Tem na sua bibliografia oito livros que versam sobre rainhas portuguesas. Está a contar-nos a História de Portugal de um ângulo diferente daquele que conhecemos? Procuro nos meus romances iluminar duas perspetivas mais esquecidas. A primeira é tirar estas personagens de um altar inatingível, onde muitas vezes foram colocadas pelo facto de serem rainhas, e revelar a humanidade, as relações e os sentimentos, que são transversais a todas as pessoas ao longo dos tempos. Por outro lado, as mulheres de quem conto a história foram conhecidas como filhas, mulheres ou mães, e o que sabemos da vida delas vai pouco além disso, quando na realidade elas tiveram um papel muito importante na História de Portugal e que, por serem mulheres, foi naturalmente subestimado.

Porquê esta admiração pelas rainhas da nossa História?

A paixão pela História, e principalmente pelas estórias com História, veio do meu pai, que se licenciou em História em Oxford, e sempre nos passou esse interesse. A minha primeira escolha de rainha, Filipa de Lencastre, apaixonou-me, porque encontrei vários paralelos com a minha própria mãe. Ambas nasceram na mesma zona de Inglaterra, ambas deixaram o seu país por Portugal, ambas tiveram oito filhos, ambas eram iluminadas por uma fé inquebrantável. E, claro, ambas mantiveram esta ligação entre Portugal e Inglaterra com que vivo desde sempre. Depois, ao longo do tempo, fui conhecendo mais destas mulheres sobre as quais tenho escrito, percebendo a sua força, inteligência e coragem. Na verdade, quanto mais investigo sobre elas, mais as admiro.

Já pensou escrever sobre alguma rainha portuguesa e a meio desistiu?

Nunca me aconteceu! As indecisões surgem antes de começar, e aí, se for o caso, troco a personagem.

D. Maria I foi o tema do seu último livro. O que a fascinou nesta personagem da rainha louca?

A vida mental fascina-me, e há muitos anos que, enquanto jornalista, escrevo sobre saúde mental, a falta dela, e o enorme preconceito que ainda a rodeia. Pareceu-me um desafio importante perceber melhor esta nossa primeira rainha, não só de nome, mas de facto perceber como foi o processo de “enlouquecimento”, que é sempre relatado como resultado de uma série de desgostos, ou até quase como se fosse uma “virose” que a certa altura a rainha apanhou. O que descobri é que a sua vida mental é tratada com o mesmo preconceito com que, em geral, tratamos ainda hoje a depressão. A conclusão é que muito forte e corajosa foi ela, confrontada com o Marquês de Pombal, o terramoto, a perseguição aos jesuítas, o atentado e a supliciação dos Távoras, para além dos dramas familiares. As cartas da Priora da Estrela, recentemente publicadas, permitem perceber melhor a forma como viveu tudo isto, como, apesar dos dilemas internos, foi capaz de governar de forma justa, criando obras que perduram até hoje como a Casa Pia, a Academia das Ciências e tantas outras.

Um ano depois do lançamento de “D. Maria I”, já sabe sobre que rainha vai escrever a seguir?

Já sei, sim! Tenho estado mergulhada em profunda investigação e já estou a começar a escrever. Mas ainda é segredo.

Escrever sobre estes temas requer não só imaginação, mas uma boa dose de investigação. Como jornalista que é, como se sente no papel de uma investigadora do passado?

Acho que talvez esse seja um dos maiores atrativos deste processo de escrever romances históricos. Conciliar o meu lado jornalístico com o de escritora. É verdadeiramente emocionante começar a ler tudo o que existe sobre a personagem escolhida, começar a perceber as contradições, as peças que encaixam, que ainda não foram tão destacadas… Sinto-me uma verdadeira detetive! Ao longo do tempo fico a conhecer tão bem a personagem que a parte romanceada é, na verdade, pouco “ficionada”, no sentido em que já posso dizer com algum grau de confiança que aquilo poderia ter acontecido desta ou daquela forma.

Sobre o que não gosta de escrever?

No início custava-me muito as descrições do vestuário, ou de alguns dos objetos da época. Ficava com medo dos anacronismos. Hoje já não é um território tão novo e difícil.

Além de romances e crónicas, tem escrito também para crianças. O que para si é mais exigente?

Escrever para adultos ou crianças? Escrever para adultos é mais complexo, porque requer muita investigação e preparação, sejam reportagens, crónicas ou, claro, os romances históricos. Escrever para crianças sai-me naturalmente. Sou um bocadinho Peter Pan, nunca deixei completamente a Terra do Nunca.

Jornalista de profissão, foi diretora do “Notícias Magazine” durante 13 anos, e do jornal “Destak” até 2012. Até hoje colabora regularmente com algumas publicações. O que sobra de tantos anos à frente de redações?

Por vezes, tenho saudades da adrenalina que exigia um diário ou semanário. Também, muitas vezes, sinto falta do trabalho de equipa, da troca de ideias, do sentimento de pertença a uma “marca” que me orgulhava. Mas, por outro lado, a flexibilidade de horário que tenho hoje, o tempo que posso dedicar à investigação, o controlo sobre os projetos que quero ou não aceitar, compensa. Acho que fica uma capacidade grande de organização e de trabalho, uma enorme disciplina – afinal, o jornal ou a revista tinha de sair! –, sem a qual me parece que nunca conseguiria gerir os muitos projetos diferentes em que me envolvo.

O que pensa sobre os caminhos possíveis para o futuro do jornalismo?

Parece-me que há muitos “novos” jornalistas que estão a fazer um ótimo trabalho. Mais bem preparados, mais corajosos quando entrevistam alguém, mais críticos.

É claro que, simultaneamente, nunca se viu tão mau jornalismo, tanto desrespeito por um código deontológico, que sinceramente acho que nem eles – nem, sobretudo, as suas chefias – alguma vez o leram.

Mas tendo a ser uma otimista, e embora seja difícil perceber como é que se conseguirá a sustentabilidade económica dos jornais e revistas, seja em papel ou online, acredito que estas guerras das “fake news” vão acabar por fortalecer o verdadeiro jornalismo. As “marcas” que conseguirem provar aos leitores que podem confiar nelas terão retorno.

Tem uma relação muito próxima com a família, nomeadamente com os seus netos. Como quer ser recordada por eles?

Gostava de ser lembrada como uma avó capaz de os surpreender, que os conhecia a cada um individualmente e que estava sempre disponível para os acolher.

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