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Entrevista: «Educação e nutrição são pilares fundamentais para um desenvolvimento humano digno e justo», Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da Helpo

24 Novembro 2023
Sandra M. Pinto

Falámos com Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da Helpo, sobre a missão da associação, e recolhemos o testemunho de Ilda Costa, uma das madrinhas do Programa de Apadrinhamento de Crianças.

A Helpo é uma associação que apoia crianças vulneráveis e as comunidades envolventes. A associação lança uma nova campanha que pretende desafiar os portugueses a apadrinharem crianças em Moçambique e São Tomé e Príncipe este Natal e a criarem uma marca positiva nas suas vidas. Falámos com Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da Helpo, sobre a missão da associação e de que forma vai funcionar esta campanha.

«A campanha de apadrinhamento depende de doações de madrinhas e padrinhos e de empresas parceiras», refere a nossa interlecutora, sendo que cada uma se compromete à causa para financiar projetos com um impacto e proporcionar assistência contínua na vida destas crianças.

Como e quando surgiu a Helpo?
A Helpo emergiu em 2008 pelas mãos de Joana Lopes Clemente, Coordenadora Geral da Helpo, impulsionado pela convicção de que a educação e a nutrição são pilares fundamentais para um desenvolvimento humano digno e justo. Desde então, a Helpo tem sido uma ONGD comprometida com a promoção do desenvolvimento através da educação, nutrição e saúde materno-Infantil, ajuda humanitária e de emergência, e educação para o desenvolvimento e Cidadania Global.

Qual a sua missão e a que necessidades veio ela tentar dar resposta?
A missão da Helpo é ir além das palavras, marcando uma diferença real na vida de crianças e famílias vulneráveis. Focamo-nos em áreas cruciais como educação, cobrindo despesas de matrículas, uniformes e material escolar, bem como nutrição, garantindo acesso a refeições escolares e apoio nutricional. A associação vem responder às necessidades fundamentais de populações vulneráveis em Portugal, bem como países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano, promovendo a educação, nutrição e saúde para construir alicerces sólidos para um futuro mais promissor.

3. Ao longo da vossa atividade de que forma se adaptaram às mudanças pelas quais o mundo tem passado e que têm tido consequências na vida das crianças?
A Helpo tem-se demonstrado resiliente ao longo dos anos, por isso, mudanças não nos impedem, mas motivam-nos a encontrar soluções inovadoras para continuar a apoiar as crianças de maneira eficaz.
A presença constante de recursos humanos da Helpo no terreno, em estreita proximidade com as comunidades onde a Helpo trabalha, tem feito com que o foco da nossa atividade seja sempre as necessidades reais das crianças e das comunidades de Moçambique e São Tomé e Príncipe. Por exemplo, durante a pandemia da covid-19, quando as escolas fecharam, as atividades foram direcionadas, sobretudo para a área da saúde, para melhorar as condições de higiene e prevenção contra a covid-19. Realizaram-se atividades pontuais de apoio à continuidade dos estudos, quando era possível. A pandemia trouxe um grande retrocesso no acesso à educação, com muitas crianças que acabaram por abandonar os estudos, muitas gravidezes precoces e uniões prematuras. Apesar de todas as dificuldades e alguns recuos, estamos empenhados em trabalhar afincadamente, com o apoio dos nossos padrinhos e madrinhas, para melhorar a vida das crianças das comunidades onde estamos presentes.

Em que países ou regiões implementam a vossa atividade?
Operamos em Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, mas não só – não esquecemos o nosso compromisso com Portugal, onde também desempenhamos um papel ativo.

Lançam agora uma nova campanha: como surgiu?
A campanha surgiu como resposta ao aumento de crianças que necessitam de apadrinhamento. A Helpo, em parceria com a Omnicom Creative Hub, procurou uma abordagem positiva e inovadora, utilizando a notoriedade de grandes marcas para ampliar a mensagem e envolver os portugueses na causa. Pretendemos angariar fundos para implementar cantinas escolares, formação comunitária e educação para a saúde para as crianças carenciadas de Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Têm a parceria de algumas marcas. Quais são e de que forma se materializa essa parceria?
Com o consentimento de marcas como a NOS, GALP, IKEA e SUPER BOCK, criámos visuais únicos e apelativos, destacando a importância do apadrinhamento de uma forma autêntica e familiar.
A verdade é que por norma, um programa de angariação de fundos está muito associado às imagens chocantes e pesadas, a preto e branco. Ainda que percebamos o porquê – quando se tratam de questões desta magnitude e com esta urgência, recorre-se ao que se pode para apelar às pessoas, decidimos fazer diferente desta vez. Juntámo-nos à agência criativa Omnicom Creative Hub, para criar visuais que apelam à vertente positiva de angariação de fundos. A iniciativa solidária traduz-se na familiaridade dos anúncios destas marcas e na sua reputação, para ampliar a difusão da mensagem da Helpo, comunicando-a de forma acessível e familiar ao público.

Como foram essas marcas selecionadas?
A escolha das marcas baseou-se na sua notoriedade, mas também no seu compromisso com a responsabilidade social. Quisemos colaborar com marcas que se coadunam com a nossa missão de ajudar quem está em situações de vulnerabilidade e juntos fazer a diferença na vida de comunidades inteiras.

O objetivo é desafiar os portugueses a apadrinharem crianças em Moçambique e São Tomé e Príncipe. De que forma se concretiza esse apadrinhamento?
Entrevista: «Educação e nutrição são pilares fundamentais para um desenvolvimento humano digno e justo», Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da HelpoO apadrinhamento acontece através do Programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância. Os padrinhos e madrinhas, ao darem o seu contributo financeiro, permitem que consigamos implementar projetos educacionais e de desenvolvimento, direcionados não apenas a estas crianças, mas também às suas comunidades. No fundo, um padrinho ou madrinha é alguém que, por via da Helpo que está no terreno, apoia crianças em situações de vulnerabilidade, proporcionando-lhes educação, nutrição e uma perspetiva de futuro mais otimista.

Qualquer pessoa pode ser padrinho? Quais são os procedimentos?
Sim! Qualquer pessoa pode ser padrinho ou madrinha! Qualquer pessoa munida de vontade e curiosidade pode ir ao site da Helpo, www.helpo.pt e consultar o separador Apadrinhamento. Aí encontra informação essencial para escolher qual a modalidade de apadrinhamento com que mais se identifica: o investimento/esforço financeiro é sempre fundamental considerar, sendo que várias vezes fazemos a relação entre o custo de 1 café por dia e o valor de um apadrinhamento mensal. Também é importante refletir sobre as expectativas que têm relativamente ao apadrinhamento e ver das várias modalidades apresentadas, com qual se identifica mais. Esclarecidos estes dois pontos, basta preencher o formulário disponível no site e mais tarde será contactado pela Helpo com informações específicas sobre o apadrinhamento escolhido.

De que forma identificam as crianças vulneráveis e de que forma a vossa atuação envolve e ajuda as comunidades envolventes?
A nossa principal área de atuação é a educação, apoiando os estudos de crianças vulneráveis, e conseguimos identificá-las através de parcerias locais que temos nas comunidades. Mas como disse anteriormente, não nos cingimos apenas às crianças – apesar de serem o nosso foco, implementamos projetos que fortalecem a sociedade onde se inserem como um todo, assegurando que atuamos com base numa ajuda holística, sustentável e duradoura.

Em que ações são utilizados os fundos angariados?
Sabendo das áreas de intervenção da Helpo (Educação, Saúde Nutricional, Materno-Infantil e Ajuda Humanitária e de Emergência), por norma, as nossas equipas no terreno (Moçambique e São Tomé e Príncipe) chegam a uma comunidade pela mão das autoridades locais ou parceiros locais. É feito um diagnóstico pela nossa equipa, a comunidade escolar bem como os pais, que também têm uma palavra a dizer sobre a presença e o trabalho conjunto que se pretende desenvolver. Geralmente, são apadrinhadas as crianças das turmas mais recentes, primeiros e segundos anos, sendo que as atividades desenvolvidas chegam a todas as crianças da escola em questão.
Por exemplo, a distribuição de material escolar, a entrega de lanche escolar, o acesso a novas salas de aula e a carteiras, o acesso a latrinas e bibliotecas (entre outros) beneficia todas as crianças da escola. O Pretende-se melhorar o acesso à escola e às condições de aprendizagem e fomentar um futuro com escolhas mais conscientes e abrangentes.

Esta campanha vigorará até quando?
O Programa de Apadrinhamento é algo que temos a decorrer todo o ano, dada a constante necessidade de angariar fundos. Contudo, esta campanha, com o mote “Inspirámo-nos em grandes marcas para deixar a nossa”, irá decorrer apenas até ao final do ano. E realço que, apesar da curta duração, o impacto das contribuições será certamente transcendente, com o potencial para moldar o futuro de muitas crianças.

Depois do fim da campanha os padrinhos continuam a acompanhar os afilhados?
Sim, os padrinhos e madrinhas recebem feedback contínuo acerca do percurso escolar e familiar dos seus afilhados, bem como sobre as ações que a Helpo implementa na comunidade, permitindo-lhes compreender o impacto positivo que estão a criar.

Testemunho

Ilda Costa é Madrinha do Programa de Apadrinhamento de Crianças. Tendo tido conhecimento da Helpo através de um familiar que também é Entrevista: «Educação e nutrição são pilares fundamentais para um desenvolvimento humano digno e justo», Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da Helpomadrinha de uma criança, «decidi participar no programa, e com muito gosto, porque para além de ser uma organização credível, já conhecia de perto o seu trabalho notável de apoio a crianças desfavorecidas. A minha modesta contribuição teve o poder de melhorar a vida de duas crianças, uma em Moçambique e outra em São Tomé e Príncipe», revela à Forever Young.

Questionada sobre  todo o processo, Ilda Costa afirma que o mesmo é «fácil e descomplicado», expliando que «depois de fornecidos todos os pormenores de apadrinhamento, foi só avançar com a decisão. Passaram-se 13 anos desde então, e a minha dedicação persiste enquanto houver crianças que necessitam desse apoio».

Sobre a importância deixar uma marca positiva nas vidas destas crianças, Ilda Costa refere que, «como mãe – e avó há oito anos, reconheço que, se os meus filhos e netos têm quem cuide deles, é um direito que todas as crianças deveriam ter. Infelizmente, não é a realidade global, mas como cidadã deste planeta, ao contribuir para a felicidade de duas crianças, estou a promover o direito fundamental à educação, um elemento essencial para o desenvolvimento humano».