Numa nota introdutória ao estudo sobre o “Programa Nacional para a Diabetes – Desafios e Estratégias 2021”, Graça Feitas salienta que “esta epidemia acarreta importantes consequências para os próprios, as suas famílias e a sociedade em geral”, adiantando que o PND “constitui um dos programas prioritários da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, avança a Lusa.
“Além dos desafios diários e constantes que a doença representa, as suas complicações podem levar à perda de visão, da função renal, amputações, doença cardíaca ou cerebral e morte prematura”, adianta.
A divulgação do relatório foi feita na sessão “Diabetes: Desafios e Estratégias”, organizada pela DGS, refere a Lusa.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), “Portugal apresenta a segunda maior prevalência padronizada de diabetes nos 27 países da União Europeia”. Na UE, a prevalência de diabetes em 2021 foi de 6,2%, na população entre os 20 e os 79 anos, enquanto em Portugal foi de 9,1%.
Além do ponto da situação da doença em 2020, o documento apresenta o resumo das principais atividades desenvolvidas pelo Programa Nacional para a Diabetes em 2021, bem como o plano de ação previsto para 2022-24.
Em 2020, “verificou-se uma redução da taxa de registo de novos casos de diabetes nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), possivelmente associada ao contexto da pandemia Covid-19”. A pandemia poderá estar também relacionada com “a redução na vigilância em consulta de enfermagem” e a “redução da taxa de rastreio das complicações da diabetes”, cita a Lusa.
No mesmo ano, seguindo a tendência, aumentou o consumo e os custos da medicação para a doença, que “foi responsável por 4110 mortes, correspondendo a 3,3%” das ocorridas em Portugal. “Cerca de 11% dessas mortes” foram de pessoas com menos de 70 anos.
O Plano de Ação para o triénio 2022-2024 tem como objetivos “reduzir o desenvolvimento de diabetes em utentes de risco, identificados através da avaliação do cálculo de risco de diabetes tipo 2”, bem como “o número de pessoas que desconhece ter a doença e o tratamento precoce”, além de “combater o estigma da diabetes”.
“Promover o acesso às novas tecnologias no tratamento de todas as pessoas com Diabetes tipo 1” e “a realização dos rastreios e tratamento precoce das complicações crónicas da diabetes”, assim como reduzir a incidência da doença e a mortalidade, são outros dos objetivos.
A diabetes tipo 1 é a antigamente denominada diabetes dependente de insulina ou de início juvenil e a tipo 2, a mais frequente, é a que se designava diabetes do adulto ou não dependente de insulina.
A prevalência desta doença tem aumentado a nível mundial, estimando a IDF que, em 2030, Portugal apresente “uma prevalência padronizada de diabetes na população entre os 20 e os 79 anos de 10,3%”.