O Dia Mundial da Menopausa celebra-se a 18 de outubro e a INTIMINA, marca que oferece a primeira gama de produtos dedicados ao cuidado da saúde íntima feminina, assinala a data com a apresentação de um estudo sobre tabus e preconceitos na menopausa, em contexto profissional, sexual e social.
Os resultados do estudo foram apresentados num encontro, em Lisboa, que contou com as presenças de Ana Carvalheira, psicóloga especialista em sexualidade, Ana Miguel, fisioterapeuta especialista em pavimento pélvico, e Pilar Ruiz, Responsável de Marketing e Comunicação da INTIMINA Ibéria, que partilharam as suas expectativas quanto à mudança do estigma em relação à menopausa. Foi também apresentado o novo KegelSmart 2 da INTIMINA, um dispositivo inteligente para exercício do pavimento pélvico, que se destaca pela importância que exerce durante a menopausa.
O estudo foi realizado em Portugal, a 500 mulheres a partir dos 45 anos, com o objetivo de identificar os tabus e preconceitos na menopausa, em que contextos, ou quais as suas preocupações com a sua chegada. Mais de metade das inquiridas (56%) sente que existe discriminação associada à idade, no geral, e 65% associada especificamente à menopausa.
Já oito em cada 10 mulheres (84%) considera que a sociedade subestima ou ignora os sintomas e os desafios associados à menopausa e 36% que as mulheres não se sentem apoiadas por familiares e amigos nesta fase, exceto se forem igualmente pessoas que também estejam na menopausa. Ainda que apenas um terço (35%) confesse que já se sentiu discriminada em relação à idade, a maioria das entrevistadas (62%) já presenciou situações com outras pessoas na menopausa, principalmente em contexto social (48%), no local de trabalho (37%) e nas relações amorosas (35%).
Menopausa no local do trabalho
Do total das inquiridas, 34% já se encontra na menopausa e contam o que sentem no local de trabalho:
· 43% revela que já sentiu, ou sente, discriminação se estiver a experienciar alguns sintomas da menopausa;
· Cerca de metade admite não se sentir à vontade em expor aos colegas ou chefia o que está a sentir;
· Já 23% revela não sentir discriminação apenas porque se esforçam para disfarçar os sintomas e desconforto.
Contudo, cerca de metade confirma que os sintomas da menopausa efetivamente prejudicam ou interferem com a sua capacidade profissional.
E de que forma sugerem que as chefias possam apoiar, ou ajudar, a melhorar o ambiente de trabalho para pessoas com menopausa?
· Mais de metade (58%) sugere maior compreensão emocional e tolerância
· 42% sugere melhorar as condições de espaço no local de trabalho
· A mesma percentagem considera que o trabalho híbrido ou home-office, tal como maior flexibilização de horário de trabalho, é uma opção
· Já cerca de um terço considera benefícios de saúde, como apoio psicológico.
Seja de que forma for, os resultados servem de alerta para as entidades empregadoras agirem, nomeadamente devido ao facto de que 22% já ponderou, inclusive, alterar a sua situação profissional devido aos sintomas da menopausa, tais como pedir uma licença sem vencimento, trocar de profissão, pedir a reforma antecipada ou, até mesmo, a demissão.
Menopausa a nível social e sexual
Das 64% das inquiridas que ainda não está na menopausa, a maior parte já se preocupa com eventuais sintomas na sua saúde (67%), na autoestima (46%) e na vida amorosa/sexual (46%); principalmente com o aumento de peso (62%), as mudanças de humor (49%), os problemas com a sexualidade (46%), os problemas ósseos (45%) e com os afrontamentos (44%).
“É fundamental desmistificar e desfazer o sistema de crenças sociais negativas associadas à menopausa. É preciso libertar as pessoas das falsas ideias. A prova da existência desse sistema de crenças está clara neste estudo onde 87% das mulheres já se preocupa com os eventuais sintomas que possam ter. Isto mostra a antecipação que as mulheres já fazem”, alerta Ana Carvalheira.
Já nas relações, ainda há mulheres que se sentem desconfortáveis em experienciar a menopausa com os/as seus/suas parceiros/as. Cerca de um terço refere a nível sexual, 25% pelos sintomas físicos e 22% pelos sintomas psicológicos. Apenas 5% considera vergonha de estar na menopausa.
“O discurso da menopausa como um conjunto de perdas que representa o fim, está ligado ao modelo reprodutivo do sexo, que marginaliza as sexualidades não reprodutivas. É o fim da capacidade reprodutiva. Não é o fim do prazer sexual. Isto tem de ser esclarecido para abandonar a narrativa de horror associada à menopausa”, acrescenta a psicóloga, “a menopausa pode ser vista como uma libertação e um conjunto de oportunidades, mas temos que nos livrar dum conjunto de falsas crenças e cada mulher precisa de se apropriar da sua sexualidade como algo que é seu por direito.”
Já Ana Miguel considera que “na nossa sociedade a menopausa é vista como uma vilã, que estará à espera de todas as mulheres, em alguma altura das suas vidas. Mudar este mindset é essencial, para a menopausa ser sentida como um processo natural que vão experienciar. Quanto mais informação a mulher tiver sobre o tema, menor será o seu impacto negativo.”