Um estudo recente revela que o fígado pode durar mais de 100 anos.
Essa idade compreende ao acumulado do tempo de vida do doador até o momento da doação com o tempo de vida de quem recebe o órgão após o transplante.
Compreender o que torna órgão tão resiliente pode ajudar a melhorar o pool de doadores, abrindo caminho para o uso expandido de fígados de doadores mais velhos. Tal acontece porque os médicos tendiam a evitar o uso de fígado de doadores mais velhos por um temor de que eles não tivessem boa durabilidade nos recetores.
Para o estudo, os pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados unidos, usaram dados da United Network for Organ Sharing para identificar fígados com pelo menos 100 anos de idade quando se considerou a idade inicial do órgão no transplante mais a sua sobrevivência pós-transplante. Dos mais de 253mil fígados transplantados entre 1990 e 2022, os pesquisadores identificaram 25 fígados chamados de “centuriões”.
A idade média do doador foi significativamente maior para esses fígados de longa duração, cerca de 85 anos em comparação com cerca de 39 anos para fígados não centuriões. Os doadores também apresentaram menor incidência de diabetes e menos infeções.
Os fígados de centuriões também beneficiaram dos melhores doadores e recetores. Os doadores de fígado apresentaram níveis mais baixos de enzimas que podem causar problemas para o transplante, enquanto os recetores tiveram pontuações significativamente mais baixas numa escala que mede a urgência da necessidade de transplante.