A fibromialgia é uma enfermidade crónica mas os seus sintomas variam em intensidade e podem mesmo desaparecer ou diminuir temporariamente para reaparecer mais tarde. Essas alterações podem estar relacionadas com mudanças de tempo, questões hormonais, stress, depressão, ansiedade ou com um esforço maior do que o habitual.
A gravidade dos sintomas torna a fibromialgia muito incapacitante, com importante impacto na qualidade de vida das pessoas afetadas. Esta doença atinge cerca de 2% a 8% da população adulta. Dessa, entre 80% a 90% dos casos são mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos. Embora não haja estatísticas nacionais rigorosas, calcula-se que 5% a 6% da população sofra desta patologia, com predomínio nas mulheres acima dos 40 anos. Outros estudos referem que em Portugal há uma prevalência de cerca de 3,6%, podendo haver casos não diagnosticados. De facto, muitas pessoas permanecem na incerteza diagnóstica durante vários meses ou anos.
A fibromialgia não tem causa exata definida pela ciência, mas estudos recentes apontam para a possibilidade de estar relacionada com alterações no cérebro e na medula espinhal que podem aumentar os níveis de substâncias químicas no cérebro que sinalizam dor.
Segundo a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos nos Estados Unidos, alguns fatores podem levar a essas mudanças no cérebro, como genética (hereditariedade), infeções ou eventos físicos e emocionais, como stress prolongado ou traumas físicos ou psicológicos.
Além das dores, os sintomas da fibromialgia incluem:
- Fadiga;
- Sono não reparador, mesmo depois de dormir durante longos períodos;
- Distúrbios do sono (como síndrome das pernas inquietas e apneia do sono);
- Dificuldades cognitivas (como dificuldade para focar, prestar atenção e de memória).
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, não é feito através de exames. O médico realiza uma entrevista com o doente, analisa os sintomas e descarta outros problemas que podem manifestar-se de forma semelhante. Além disso, são utilizados critérios de diagnóstico específicos para a síndrome, como:
- Dor durante mais de três meses em todo o corpo;
- Presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos).
O tratamento da fibromialgia é realizado através do uso de medicamentos, como relaxantes musculares, neuromoduladores e antidepressivos.
Como doença crónica que é, a fibromialgia não tem cura, mas podem atenuar-se os seus sintomas, recorrendo a terapêutica capaz de aliviar a dor, diminuir os níveis de ansiedade e melhorar o sono.
Atuando nestas três áreas, é possível garantir que o doente tem um dia a dia com mais qualidade de vida