Galego, como Gonzalo Torrente Ballester, mas também português de antigamente, o protagonista de Filomeno é um fidalgo que saltita entre os dois lados da fronteira do rio Minho e o romance a que dá nome corresponde à narração dessas memórias passadas entre a Galiza, Paris, Londres e Portugal, no seu paço minhoto. Uma biografia maravilhosa, crepuscular e melancólica, andarilha e romântica, que a Quetzal faz chegar às livrarias a 12 de setembro com tradução de Catarina Rodriguez e Artur Guerra.
Filomeno de Freijomil dá pelo nome português de Ademar de Alemcastre. Esta é a sua história, a de um fidalgo galego e minhoto sem grandes ambições, que recorda os seus amores, o seu tempo e tudo o que poderia ter feito – e não saberemos se não fez. Cheio de ironia, humor e inocência, Filomeno faz-nos rir e imaginar como foi maravilhosa a sua vida, com a mestria de Gonçalo Torrente Ballester. «A sua voz é uma das mais poderosas da literatura espanhola do século XX – tanto caminha nos declives do romance clássico como irrompe, à maneira de uma deflagração lenta e em fogo lento, pelos caminhos delirantes da inovação, da modernidade e da desconstrução da própria ideia de narrativa».
Gonzalo Torrente Ballester (El Ferrol, 1910 – Salamanca, 1999) é um autor fundamental da literatura espanhola contemporânea. Estudou Filosofia e Letras na Universidade de Santiago (onde foi professor de Literatura a partir de 1940) e Direito nas Universidades de Santiago, Oviedo e Madrid. Dedicou quase toda a sua vida ao ensino e à literatura, em Espanha ou nos EUA (em Albany, NY). Dramaturgo, ensaísta, crítico e romancista, Torrente Ballester recebeu, entre muitos outros, os prémios Cidade de Barcelona, da Crítica, da Fundação March, Planeta, Nacional de
Literatura, Príncipe das Astúrias em 1982 e o Miguel de Cervantes em 1985. Entre as suas obras mais importantes contam-se A Saga/Fuga de J.B. (1972), Filomeno (1988), A Ilha dos Jacintos Cortados (1981), Crónica do Rei Pasmado (1989), Fragmentos de Apocalipse (1977) ou a trilogia Os Prazeres e as Sombras e ainda A Morte do Decano.