Estas posições foram defendidas por José Pedro Aguiar-Branco na cerimónia de posse da nova secretária-geral da Assembleia da República, a juíza Anabela Cabral Ferreira, à qual assistiram os vice-presidentes do parlamento, os líderes parlamentares e os presidentes das comissões parlamentares, além de responsáveis de serviços e forças de segurança.
No seu discurso, o presidente da Assembleia da República apontou que assumiu o compromisso de trabalhar para aproximar o parlamento dos eleitores, principalmente por estar consciente das críticas que alguns cidadãos fazem a uma vida política marcada pela superficialidade.
“A distância faz crescer o rumor, o rumor alimenta a desconfiança, a desconfiança transforma-se em desilusão. É assim que tantos dos nossos compatriotas passam para abstenção e para a desistência cívica. Não pode ser assim”, advertiu.
O antigo ministro social-democrata lembrou que no início da presente legislatura se retiraram as grades que circundavam a Assembleia da República, dando assim “um sinal à sociedade de que o parlamento era uma casa aberta”.
Agora, na sua perspetiva, “é preciso aprofundar o sentido desse sinal”, através de “ações simples, mas que podem fazer a diferença”.
“Por exemplo, criando condições para que a Assembleia da República seja visitável aos fins de semana. Faz todo o sentido que [os cidadãos] o possam fazer aos fins de semana, na altura em que têm mais tempo para o fazer. Na altura em que, mesmo morando mais longe, podem vir a Lisboa conhecer a casa de todos dos cidadãos”, assinalou.
José Pedro Aguiar-Branco advogou também que é preciso que o parlamento se aproxime do território como um todo” do parlamento e, nesse sentido, entende que deve ser criado “o Dia do Município na Assembleia da República”.
“Um dia para que os vários concelhos do país possam vir a São Bento, conhecer o parlamento, mas sobretudo mostrar aquilo que fazem de melhor: A sua cultura, a gastronomia, a atividade económica e a suas empresas. Ao mesmo tempo, e aplicando o princípio da reciprocidade, queremos que a Assembleia da República possa visitar o território, utilizando as valências do nosso Centro Interpretativo para melhor divulgar o trabalho parlamentar”, acrescentou.