Tanto a sexta-feira como o número 13 foram considerados azarados em certas culturas ao longo da história.
Em “Origens extraordinárias das coisas cotidianas”, Charles Panati traça o conceito de amaldiçoado de volta à mitologia nórdica, quando Loki, o deus do mal, invadiu um banquete em Valhalla, elevando o número de deuses presentes para 13.
Enganado por Loki, o deus cego Hodr foi levado a atirar no seu irmão Balder, o deus da luz, alegria e bondade, com uma flecha com ponta de visco, matando-o instantaneamente.
Da Escandinávia superstição veio para o sul por toda a Europa. Na Última Ceia, à qual Jesus Cristo e seus discípulos compareceram na Quinta-feira Santa o 13º e mais infame convidado a chegar, Judas Iscariotes, foi o discípulo que traiu Jesus, levando à sua crucificação na Sexta-feira Santa.
Na tradição bíblica, o conceito de sextas-feiras infelizes vai além da crucificação: diz-se que sexta-feira é o dia em que Adão e Eva comeram o fruto proibido da Árvore do Conhecimento; o dia em que Caim assassinou o irmão, Abel; o dia em que o Templo de Salomão foi derrubado; e o dia em que a arca de Noé zarpou no Grande Dilúvio.
Só no século XIX a sexta-feira 13 se tornou em sinónimo de infortúnio. A a combinação de sexta-feira e o número 13 é uma invenção vitoriana. Em 1907, a publicação do romance popular de Thomas W. Lawson, “Friday, the Thirteenth”, capturou a imaginação com a história de um corretor inescrupuloso que se aproveitou das superstições em torno da data para deliberadamente quebrar o mercado de ações.
Já na década de 1980, um assassino com máscara de hóquei chamado Jason Voorhees dos filmes de terror “Sexta-Feira 13” garantiu notoriedade. Depois veio o romance de Dan Brown de 2003, “O Código Da Vinci”, que ajudou a popularizar a afirmação incorreta de que a superstição teve origem com a prisão de centenas de membros dos Cavaleiros Templários na sexta-feira, 13 de outubro de 1307.
Hoje a sexta-feira 13 ainda assombra a imaginação ocidental.