Partilhar

Covid-19: Investigadores portugueses estão a desenvolver medicamento antiviral de largo espetro

Investigadores portugueses estão a desenvolver um medicamento contra uma grande diversidade de vírus para enfrentar uma possível nova pandemia, segundo o bioquímico Miguel Castanho, que defende uma rede de vigilância para os coronavírus como a que existe para a gripe.

3 Maio 2024
Forever Young com Lusa

“Temos que ter medicamentos antivirais que sejam ativos contra vírus muito diversos, mas também temos que saber fazer aquilo que fizemos antes que foi desenvolver vacinas, mas temos que o fazer de uma forma mais eficaz e mais direcionada. Em Portugal estão a decorrer projetos, quer numa vertente quer na outra”, disse Miguel Castanho.

O especialista falava à Lusa nas vésperas de se assinalar um ano que a Organização Mundial da Saúde declarou o fim da emergência de saúde pública internacional causada pelo vírus SARS-CoV-2.

Para assinalar a data, o Instituto de Medicina Molecular (IMM) – que lidera o projeto NOVIRUSES2BRAIN, um consórcio europeu que está a tentar desenvolver um medicamento antiviral de muito largo espetro – reuniu três bioquímicos, Miguel Castanho, Cláudio Soares (investigadores) e Tiago Brandão Rodrigues, antigo ministro da Educação, numa conversa, disponível no youtube do IMM, em que falaram das lições aprendidas e da possibilidade de uma nova pandemia.

Questionado pela Lusa se os países estão preparados para uma nova pandemia, Miguel Castanho, investigador principal do IMM, disse que estão “melhor preparados” do que estavam antes.

“Antes estávamos praticamente esquecidos das pandemias. Neste momento, para o cidadão comum é quase como se não tivesse existido, porque a nossa vida já retomou o ritmo e as preocupações anteriores à pandemia”, mas os investigadores continuam a trabalhar no entendimento do que se passou e “na preparação e prontidão para a próxima pandemia”.

O investigador exemplificou com “o problema” da gripe aviária causada vírus H5N1 em que existe “uma grande vigilância e uma série de medidas” para tentar evitar que ela se espalhe entre os humanos.

Miguel Castanho adiantou que a vigilância do H5N1 está implementada a cargo de uma rede de vigilância da gripe, defendendo que devia ser criado o mesmo mecanismo para os coronavírus.

“Estas medidas que se tomam para tentar evitar pandemias já bebem da experiência da pandemia passada”, mas é preciso que, caso surja um novo vírus, todos saibam o que cada um faz, como sejam os hospitais, a proteção civil, a população.

Nas mãos dos investigadores, está a preparação de medicamentos antivirais de “tão largo espetro que possam ser ativos contra uma série de vírus que existem” e, provavelmente, para vírus futuros que serão evoluções dos atuais.

O Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) também está a desenvolver um projeto liderado pelo seu diretor e investigador, Cláudio Soares: “Estamos a liderar, juntamente com o IMM e outras equipas de Portugal, Espanha e do resto da Europa dois projetos” que visam criar procedimentos que permitam desenvolver biofarmacêuticos de ação rápida e eficaz contra uma nova doença, disse no encontro.

A covid-19, que surgiu no final de 2019 numa província chinesa, terá feito sete milhões de mortes no mundo, estima a Organização Mundial da Saúde.

Miguel Castanho realçou o facto de se ter conseguido, entre muitas tentativas, vacinas que foram bem-sucedidas, evitando-se milhões de mortes.

“Se não houvesse vacinas e se não fossem tomadas outras medidas drásticas [como o confinamento] era uma mortandade enorme. Seria comparável à gripe espanhola”, que se estima ter dizimado 2% da população mundial.

O investigador realçou que, fazendo a leitura do que ficou para trás e o que se aprendeu com o passado, tem-se que acreditar que os países foram capazes, que já fizeram muito.

“Agora, podemos fazer melhor e mais rápido e é isso que temos que preparar, porque a única coisa que sabemos é que cada dia que passa é um dia a menos para a próxima pandemia, que não sabemos quando será. Isso faz parte da natureza. Não fazemos a mínima ideia se é para a semana, se é para o ano, se é daqui a 10 anos ou daqui a 100”, ressalvou.

HN // ZO

Lusa/fim

Mais Recentes

Viajar e pagar pouco é o sonho de todos, mas há cuidados a ter: revelamos quais e como os resolver neste guia “low cost”

há 1 hora

É um dos destinos mais concorridos em Portugal, mas no Natal ganha novo colorido: venha descobrir a Madeira no “mês da festa»

há 1 hora

Opinião: «Alienação parental pode ter um impacto profundo na saúde mental das crianças envolvidas», Paulo Dias, Neuropsicólogo e Hipnoterapeuta

há 2 horas

Dia Europeu da Fibrose Quística: «Sendo uma doença genética não é possível prevenir a fibrose quística», Marta Amorim, especialista em Genética Médica da AIM Cancer Center

há 2 horas

«O rei Carlos III nega-se a pagar para Meghan se divorciar de Harry», revela este jornal

há 3 horas

Óbito: Morreu o relações-públicas José Agualuza

há 3 horas

Entidades mandam retirar do mercado esta popular fruta devido à presença de um agente cancerígeno

há 3 horas

Nem água nem refrigerantes ‘zero’: esta é a bebida que ‘mata’ gorduras e reduz as inflamações

há 4 horas

Estes signos vão receber uma “batelada” de dinheiro nos próximos dias: será o seu um deles?

há 4 horas

A “guerra” está iminente: «É preciso proteger a saúde púbica», alertam responsáveis

há 4 horas

Oncologia: Serviço Nacional de Saúde terá até final do ano os primeiros farmacêuticos com competência na área

há 4 horas

Ibuprofeno: fique a par dos efeitos colaterais (e muitas vezes irreversíveis) do medicamento que todos conhecem

há 20 horas

Óbito: Morreu o treinador do Futalmeirim, Vítor Cerqueira

há 21 horas

Alerta a ter em conta: a cor da sua língua pode indicar que sofre de diabetes, de acordo com a Universidade de Harvard

há 21 horas

Já lanchou? Se ainda não experimente estas mini tortitas de lentilhas de queijo e trufa e queijo azul

há 21 horas

Não procure mais: a Lefties tem a roupa de festa mais confortável e elegante deste Natal (desde 12,99 euros)

há 21 horas

«Se descobrir o que está dentro dos nuggets de frango nunca mais os vai querer comer», assegura este cientista

há 22 horas

Diga adeus à batata e ao arroz: esta comida muito popular em Marrocos é considerada uma boa alternativa

há 22 horas

Alzheimer: fique atento a este sintoma inicial da doença que pode surgir quando está na casa de banho

há 23 horas

Se tem o hábito de guardar a berinjela no frigorifico pare já de o fazer: conheça o lugar surpreendente da cozinha onde deve conservar o vegetal

há 23 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.