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Já ouviu falar em útero bicórneo? Venha conhecer o estranho caso do «útero em forma de coração»

9 Janeiro 2025
Sandra M. Pinto

Sabia que menos de 0,5% das mulheres nascem com um útero bicórneo, frequentemente descrito como “útero em forma de coração”?

Curiosamente, muitas mulheres só descobrem esta condição quando enfrentam problemas de saúde ou dificuldades na gravidez. Trata-se de uma condição congénita que, em muitos casos, passa despercebida. A Intimina, marca que oferece a primeira gama de produtos para cuidados da saúde íntima da mulher, partilha informações sobre esta perturbação do útero e como pode afetar a gravidez.

A anatomia do útero

As perturbações uterinas podem alterar o tamanho, a forma e/ou a estrutura do útero. Este órgão, em “forma de pêra”, é constituído por duas partes: o colo do útero, que é a sua base, e o corpo, que forma a parte principal. Todos os meses, o revestimento do corpo do útero engrossa, preparando-se para uma possível gravidez. Caso esta não ocorra, o revestimento é expelido como fluxo menstrual. Algumas mulheres nascem com um útero bicórneo, uma forma rara que a maioria de nós desconhecer ou não considera.

Muitas mulheres podem passar a vida inteira sem se aperceberem de que têm estes problemas. As taxas estimadas de anomalias uterinas congénitas (CUAs) são de 5,5% numa população geral, 8,0% em mulheres inférteis, 13,3% em mulheres com histórico de abortos espontâneos e 24,5% naquelas que enfrentam perdas gestacionais e infertilidade. Geralmente, estas condições só são identificadas durante cirurgias, exames como ecografias ou ao tentar engravidar.

Útero bicórneo: o que é?

O útero bicórneo forma-se quando os ductos de Müller, que dão origem ao útero, não se fundem completamente durante o desenvolvimento. Isto faz com que a parte superior do útero fique dividida em duas “cavidades”, conferindo-lhe o característico formato de coração.

Embora a maioria das mulheres com esta condição não apresente sintomas, algumas podem experienciar períodos menstruais dolorosos, dor pélvica, dor abdominal, dor durante as relações sexuais ou abortos recorrentes. Ainda assim, não é incomum que a condição permaneça por diagnosticar até que a mulher realize uma ecografia durante a gravidez ou procure tratamento para problemas de fertilidade.

Como afeta a gravidez?

As mulheres com útero bicórneo geralmente conseguem engravidar sem dificuldades, mas podem surgir complicações durante a gravidez. Devido à forma única do útero, há menos espaço para o bebé se movimentar, o que pode resultar em restrição de crescimento intrauterino (RCIU). Esta condição pode causar problemas mais tarde na gravidez, incluindo um maior risco de aborto espontâneo, parto prematuro e posição pélvica do bebé (bebé de nádegas). Apesar disso, muitas mulheres com esta condição conseguem ter gravidezes bem-sucedidas, embora apresentem um risco mais elevado para estas complicações.

Tratamento

Em casos raros, um útero bicórneo pode necessitar de intervenção cirúrgica, especialmente se uma mulher tiver sofrido múltiplos abortos espontâneos. A cirurgia, conhecida como metroplastia de Strassman, tem como objetivo corrigir a forma de coração do útero, removendo o tecido responsável pela indentação. Normalmente realizada por via laparoscópica, esta técnica minimamente invasiva apresenta uma taxa de sucesso de 88% para gravidezes viáveis. Após a cirurgia, é geralmente recomendado que as mulheres aguardem alguns meses antes de tentarem engravidar, devido ao risco aumentado de rotura uterina durante o parto.

Para a maioria das mulheres, a cirurgia não é necessária, e os sintomas podem ser geridos com o acompanhamento de um profissional de saúde. Consultas regulares e uma comunicação aberta com o médico são essenciais para compreender a sua situação específica e tomar decisões informadas sobre a sua saúde reprodutiva.

O útero bicórneo é uma condição rara e muitas vezes não detetada, que pode não ter impacto significativo na vida de uma mulher, exceto se surgirem complicações durante a gravidez. Compreender esta condição e descobrir potenciais riscos com um profissional de saúde é essencial para detetar os sintomas e planear a gravidez. Apesar da cirurgia ser uma opção para algumas mulheres, muitas vivem com esta condição sem dificuldades. Seja qual for a necessidade de tratamento, o mais importante é estar bem informada e contar com apoio no percurso de cuidados de saúde. Conhecer o seu corpo é fundamental para tomar decisões conscientes sobre a sua saúde e planeamento familiar.