Em “A Terapia do Mar”, – cuja versão portuguesa é da editora Nascente -, a autora enuncia diversos estudos para corroborar os seus pontos de vista. Nomeadamente, um que «acompanhou 33 residentes de duas localidades costeiras no Sudoeste da Inglaterra durante uma semana», para analisar a ligação entre o bem-estar individual das pessoas no dia a dia com as experiências vividas em zonas costeiras.
Este estudo revelou que os que aí residem têm 4 formas diferentes de expressar o que sentem pela experiência de viver perto do mar.
1- Terapêutica
2- Prática
3- Relaxante
4- Social
Para alguns habitantes na costa, o mar tem um efeito purificador, sendo que na sua presença sentem-se mais calmos, pois este funciona como um símbolo de que «ocasionalmente deveriam “parar e fazer uma pausa”», com a autora a citar o próprio estudo. De outra forma de expressão, os moradores também veem a vida na costa como o lugar onde mais facilmente podem «concretizar os seus desejos de desafio através de uma vasta gama de atividades, como ciclismo, caminhada, caiaque e surf».
Alguns moradores na costa também veem a vida na costa como um refúgio dos stresses mundanos, onde certas práticas como a pesca ou a simples contemplação do mar, em particular o quebrar das ondas, permitem criar o «espaço mental necessário para refletir e pôr as coisas em perspetiva». Deborah Cracknell destaca como «a natureza repetitiva do quebrar das ondas pode ser bastante hipnótica e aliviar o stress», o que pode ser algo «relaxante e uma fonte inesgotável de fascínio».
Por fim, quem reside em espaços costeiros também pode ver essa experiência como uma oportunidade «para travar conversas amigáveis, gozar de momentos de lazer e bem-estar em família ou criar laços com outras [famílias] através de experiências ou passatempos partilhados». Isto porque, a praia pode ser um local importante para a criação ou reforço de «laços familiares».
Para se perceber como os oceanos têm uma importância significativa para a nossa vida, basta dizer que estes cobrem «71% da superfície da Terra, contêm 97% da água do planeta e constituem 99% do espaço de vida terrestre». A investigadora Deborah Cracknell indica aliás que «cerca de 40% da população mundial vive num raio de cerca de 1 km da costa», dando o exemplo de ser onde se situam 23 das 30 maiores cidades mundiais.