Investigadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, encontraram evidências de que adultos entre 40 e os 50 anos que têm pesadelos regularmente são mais propensos a sofrer de demência em comparação com os que não os têm.
Publicado na revista ClinicalMedicine, os cientistas acreditam que os pesadelos podem ser uma consequência da neurodegeneração do lobo frontal direito, localizado na parte da frente do cérebro.
«A descoberta pode ajudar médicos e pacientes a identificarem a doença ainda nos estágios iniciais, contribuindo com estratégias para retardar a progressão do problema e o aparecimento de sinais mais severos», referem.
A pesquisa foi dividida em duas partes e contou com a participação de cerca de 3 200 pessoas. Na primeira etapa 605 adultos sem demência, com idades entre 35 e 65 anos, foram acompanhados durante nove anos. Os voluntários realizaram um teste de memória no início do estudo e outro no final, tendo respondido a questionários sobre os seus padrões de sono.
As informações foram usadas para medir o declínio cognitivo, um processo natural do envelhecimento mas que, quando ocorre mais rápido do que o esperado, pode ser um sinal de demência.
A segunda etapa do estudo acompanhou cerca de 2 600 idosos com mais de 80 anos ao longo de cinco anos. Foi pedido que descrevessem a frequência com que tinham pesadelos. Nenhum deles apresentava demência no início da pesquisa.
Os cientistas descobriram que «os adultos de meia-idade que tiveram ao menos dois pesadelos por semana eram quatro vezes mais propensos a sofrer um declínio cognitivo significativo ao longo dos anos, quando comparados com os que não tiveram pesadelos», concluem.