Parece que a expectativa de vida não depende tanto da nossa genética, mas do ambiente que nos cerca. Isso é confirmado por um estudo — embora mais pesquisas sejam necessárias — liderado por Austin Argentieri, investigador da Unidade de Genética Analítica e Translacional do Hospital Geral de Massachusetts, intitulado Integrando as arquiteturas ambientais e genéticas do envelhecimento e da mortalidade e publicado recentemente na revista Nature.
A pesquisa recolheu informações de 490 mil pessoas registradas no UK Biobank, incluindo sequenciamento genético, exames de ressonancia magnética, amostras de sangue, urina e saliva, históricos de saúde da família, etc.
Os investigadores usaram esses dados para estudar a influência da genética e de mais de 100 fatores ambientais no risco de 22 doenças que constituem a maioria das principais causas de morte.
Comparando dados e estatísticas, o estudo concluiu que o ambiente e o estilo de vida explicam 17% do risco de morte relacionada com doenças, em comparação com apenas 2% da genética.
«As exposições ambientais tiveram o maior impacto nas doenças pulmonares, cardíacas e hepáticas, enquanto a genética desempenhou o maior papel na determinação do risco de uma pessoa ter cancro de mama, ovário e próstata, bem como de demência», confirma a pesquisa.
Entre os fatores ambientais, fumar é o comportamento de maior risco, associado a 21 doenças.
Além disso, dormir mais de 9 horas por dia está associado a maior mortalidade, e dormir durante o dia, ou seja, tirar longos sestas — porque vários estudos confirmam que sestas curtas são benéficas quando o descanso noturno não é adequado — aumenta ligeiramente o risco.
Pelo contrário, os fatores que prolongam a vida, segundo o estudo, são: viver com um companheiro, praticar atividade física e trabalhar.