Estudos recentes realizados pela Universidade de Oxford (1) e pela Universidade Warwick (2) apontam que um funcionário feliz é substancialmente mais produtivo. Ambos os estudos observam aumentos de produtividade acima dos 10% nos colaboradores que se sentem bem e apoiados no seu local de trabalho. As conclusões destes estudos apontam que a saúde mental dos trabalhadores está diretamente ligada à sua capacidade de lidar com o stress, manter o foco, tomar decisões assertivas, ser mais criativo e colaborar efetivamente com os colegas.
O maior recurso de uma empresa são as pessoas e as suas capacidades. Os trabalhadores, para produzirem e obterem resultados dos seus esforços têm de estar bem, tanto física como mentalmente.
Carolina Ferreira, Psicóloga Clínica, reconhece que já se iniciou um caminho e que as empresas estão hoje mais conscientes, especialmente com as novas políticas de ESG a serem implementadas de forma mais generalizada, mas ainda há muito para fazer nesta área, sobretudo quebrar o ciclo de estigma relacionado com a saúde mental.
As empresas, o trabalho, deixaram de representar apenas uma fonte de rendimento, são cada vez mais uma fonte de realização pessoal, de bem-estar e de felicidade. As pessoas não querem nem precisam apenas de salas com um excelente decor, mas existe a necessidade basilar de serem ouvidas e compreendidas, querem cuidado e tempo.
Colaboradores não cuidados pela sua empresa, têm um menor envolvimento com a organização e maior probabilidade de procurar uma alternativa que preencha as suas aspirações e necessidades.
Uma cultura empresarial que coloca o capital humano no centro das decisões mais facilmente terá como consequência uma força de trabalho motivada, feliz, produtiva e rentável.
As empresas ainda não abordam de forma sólida a questão da saúde mental dos seus colaboradores. Carolina Ferreira, psicóloga clínica e formadora aponta 7 caminhos possíveis para as empresas ajudarem os seus colaboradores a produzir mais e melhor sem comprometer o seu bem-estar:
Fomentar uma cultura de apoio: As empresas devem promover uma cultura que valorize a saúde mental, na qual os funcionários se sintam que existe um espaço seguro sobre OS seus desafios e procurar apoio. Entender que cada pessoa é única e que todas juntas formam uma estrutura que se quer sólida, é o caminho para se entender que o todo é maior que a soma das partes.
Criar um ambiente de trabalho saudável: Mais importante que um ambiente físico adequado e seguro, é sem dúvida um clima organizacional positivo, são essenciais para promover a saúde mental. As empresas devem fornecer espaços adequados para descanso, garantir o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, incentivar pausas regulares e promover a gestão adequada de carga horária e evitando o presentismo (sobrecarga excessiva).
Oferecer benefícios e programas de bem-estar mental: oferecer como sessões de meditação, atividades físicas e workshops de auto-cuidado, gestão de inteligência emocional, gestão de tempo, podem ser implementados para ajudar os funcionários a cuidar da sua saúde mental.
Promover a flexibilidade no trabalho: Permitir horários flexíveis, trabalho remoto e políticas de auto-cuidado;
Capacitar os líderes e gestores: Os líderes e gestores desempenham um papel fundamental na promoção da saúde mental dos funcionários. Eles devem ser capacitados para reconhecer os sinais de problemas de saúde mental, em si e nas suas equipas, fornecer apoio e orientação adequados, além de criar um ambiente de trabalho inclusivo, no qual todos se sintam valorizados e apoiados.
Fomentar a comunicação e o apoio mútuo: Estimular a comunicação aberta e o apoio mútuo entre os colaboradores pode fortalecer os laços dentro da equipa e criar um ambiente de suporte. Da mesma forma devem evitar-se comportamentos de competitividade ou promover más relações entre colaboradores.
Consciencializar sobre a importância do equilíbrio mental: Realizar campanhas de sensibilização e fornecer recursos educativos sobre saúde mental pode ajudar a eliminar o estigma associado aos problemas mentais.