O corpo tem relógio biológico programado em quase todas as células, de acordo com Sofia Axelrod, que estuda ritmos circadianos na Universidade Rockefeller, nos EUA.
«O relógio é ajustado pelo padrão de luz e escuridão de 24 horas», disse Axelrod à Euronews. «De manhã, quando acordamos, as células recetoras especializadas [de luz] na nossa retina recebem um sinal de luz do dia, que é transmitido ao cérebro e, de lá, a todo o corpo».
Quando viajamos para outro fuso horário, os olhos recebem o sinal da luz do dia num horário diferente do normal, fazendo com que os relógios internos sejam reiniciados.
Esse processo pode demorar – e é durante esse período de adaptação que sentimos os efeitos do jet lag.
Malcolm von Schantz, professor especialista em ritmos circadianos na Universidade de Northumbria, no Reino Unido, disse à Euronews que «voar em cabines premium, onde os viajantes podem esticar as pernas e descansar adequadamente, pode evitar a privação de sono, mas ele reconhece que essa não é uma opção para a maioria das pessoas».
«Mas cronometrar os voos pode ajudar», adianta, «por exemplo, voar da Europa para a América do Norte durante o dia, para que seja noite quando os passageiros pousarem e possam ter uma boa noite de sono».
«Se você fizer o voo noturno, acordará à meia-noite para tomar pequeno-almoço e pousará uma ou duas horas depois, quando o jet lag e a privação de sono o atingirão com força e simultaneamente», acrescentou.
Von Schantz também disse que voar em modelos mais novos com uma estrutura mais leve, como o Airbus A350 ou o Boeing 787 Dreamliner, ajuda: «isso ocorre porque esses aviões conseguem manter uma atmosfera de cabine mais confortável, o que deve ajudar os viajantes a se sentirem menos desgastados no final do voo».
Especialistas dizem que expor-se à luz do sol é essencial para redefinir seu relógio biológico interno. Isso pode significar evitar o sol da manhã ou procurá-lo deliberadamente, dependendo de onde se está.
A exposição à luz pela manhã adiantará o seu relógio biológico, enquanto a exposição à luz no início da noite o atrasará.
Sestas são aceitáveis, mas os cientistas alertam contra tirar longas sestas ano final do dia, pois isso pode comprometer a sua capacidade de dormir a noite toda.
A melatonina, uma hormona que o cérebro produz naturalmente quando o corpo pensa que é noite, pode ser útil.
Mas não está disponível em todos os lugares e, em alguns países, como Reino Unido e França, é necessária receita médica.
Von Schantz disse que «uma das vantagens da melatonina é que pode começar a tomá-la antes da viagem, para redefinir seu relógio interno mais rapidamente».
Deve estar ciente de que, se estiver com jet lag, é mais provável que tome decisões imprudentes, seja menos empático e incapaz de realizar várias tarefas ao mesmo tempo.
Os turistas devem dormir antes de fazer qualquer coisa potencialmente arriscada ou que exija concentração, como conduzie.
Depois há o café: a cafeína ajuda a compensar a sonolência e o compromisso cognitivo que se pode estar a sentir como resultado do jet lag.