O advogado José António Barreiros conta a história, desconhecida, do aviador José Cabral, um herói português na II Guerra Mundial, no livro “O Piloto de Casablanca”, que a Oficina do Livro agora edita.
Durante a II Guerra Mundial, quando voar era ainda uma aventura arriscada, a ligação aérea entre Lisboa, Tânger e Casablanca, celebrizada num dos mais emblemáticos filmes de Hollywood, era exclusivamente assegurada por Portugal, enquanto país neutro no conflito. O piloto que fazia essa rota, por vezes em condições de grande perigo, chamava se José Cabral e era um comandante de marinha, corajoso e audaz. Graças a esta figura notável da aviação naval, com contactos nos serviços secretos britânicos e norte-americanos, refugiados de guerra salvaram-se da ameaça nazi e diplomatas e militares das forças Aliadas cumpriram missões na operação de desembarque no Norte de África, dando início ao princípio do fim do III Reich. Cabral viria a ser galardoado com a mais alta distinção concedida pelos Estados Unidos a militares estrangeiros, mas caíria no esquecimento no país onde nasceu. Resgatando a sua memória, José António Barreiros recorda a sua vida e bravura: “A natureza secreta das missões que desempenhou ainda está por desvendar. Este livro deu apenas o primeiro passo.”
José Cabral nasceu em Mangualde em 1897. Fizera carreira na aviação naval no rio das Pérolas em Macau, notabilizando-se pela coragem, espírito de sacrifício e vida aventurosa. Aprendera a pilotar em França, onde tirou o brevet de aviação civil. Dali, como capitão-tenente, passou para uma companhia aérea privada, a Aero Português, em 1938, que voou para o norte de África durante a II Guerra Mundial, a única companhia autorizada por Portugal ser um país neutral e Cabral o seu único piloto.
JOSÉ ANTÓNIO BARREIROS nasceu em Malanje, Angola, em 1949. É advogado criminalista e autor de vários livros sobre essa área jurídica. Tem estudado a guerra secreta em Portugal no período 1939-1945, sendo autor do site 24Land. Sobre esse tema publicou O Espião Alemão em Goa e Traição a Salazar (ambos pela Oficina do Livro), além de Nathalie Sergueiew – Uma Agente Dupla em Lisboa, Rogério de Menezes – O Homem das Cartas de Londres, Leslie Howard – O 13.o Passageiro e 00 Fleming – Ensaio sobre a Imortalidade. Na ficção escreveu Contos de Desaforo e Infinito Majestoso.